A ninfoplastia, cirurgia para reduzir os pequenos lábios vaginais, experimentou um aumento global de 33% nos últimos três anos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). No Brasil, essa busca por intervenções íntimas lidera o ranking mundial, acompanhada de um crescente interesse por procedimentos de “rejuvenescimento vaginal”. Mas, por que essa procura e quais os cuidados necessários?
A popularização da ninfoplastia reflete mudanças sociais, maior acesso à informação e novas percepções sobre o corpo feminino. O ginecologista Rafael Lobo aponta o empoderamento feminino e a abertura para discutir temas antes considerados tabu como fatores determinantes. “A região íntima, que antes era vista como algo supérfluo, ganhou a mesma importância do que o rosto ou o corpo como um todo”, afirma.
Entretanto, especialistas alertam que a decisão pela ninfoplastia deve ser individual e consciente, sem se basear em padrões estéticos impostos. O cirurgião plástico Tristão Maurício enfatiza que “não existe nenhum tipo de vulva a seguir. Nenhum padrão ideal. Isso não existe. É o órgão mais diferente, cada mulher tem um jeito”.
Embora a busca pela ninfoplastia possa estar relacionada à autoestima e ao bem-estar, é crucial desmistificar a ideia de “embelezamento genital”. Trata-se de um procedimento cirúrgico com técnica, planejamento e riscos inerentes, que pode trazer benefícios estéticos e funcionais, como o alívio de desconfortos físicos.
É importante ressaltar que, mesmo em casos de queixas sexuais, a decisão pela cirurgia deve ser avaliada com cautela. Como pondera o ginecologista Rafael Lobo, “o prazer melhora como consequência, porque ela se sente melhor com a região íntima, mas não é uma promessa que o médico pode fazer”. A escolha de um profissional qualificado é fundamental para o sucesso da cirurgia e uma recuperação adequada.