Após meses de declarações otimistas sobre sua capacidade de resolver o conflito na Ucrânia, o ex-presidente Donald Trump adotou um tom surpreendente, comparando a guerra a uma “briga de crianças”. A declaração, feita durante encontro com o líder alemão Friedrich Merz, indica uma possível mudança na abordagem de Trump em relação ao conflito. A lentidão no progresso e a falta de resultados nas negociações podem ter influenciado a nova postura do ex-presidente.
“Às vezes você vê duas crianças brigando como loucas”, disse Trump, no Salão Oval, comparando a situação a uma disputa em um parque onde a intervenção pode ser ineficaz. Essa analogia sugere um certo distanciamento do ex-presidente em relação à mediação ativa do conflito, aproximando-se mais de um papel de observador. Trump chegou a comparar a situação com cenas de hóquei, onde árbitros permitem que os jogadores “briguem por um tempinho antes de separar”.
Essa mudança de postura contrasta com as promessas anteriores de resolver a guerra rapidamente e levanta questões sobre o futuro do envolvimento dos EUA no conflito. Trump tem demonstrado hesitação em relação a novas sanções contra Moscou e ao envio de ajuda militar adicional à Ucrânia, apostando em um fim rápido do conflito. O prazo de “duas semanas” que ele havia estabelecido para avaliar a seriedade de Putin em buscar a paz não foi reiterado, gerando incertezas sobre suas próximas ações.
A posição de Trump será testada em futuras cúpulas globais, onde ele deverá enfrentar pressão dos aliados para adotar uma postura mais firme em relação à Rússia. É provável que ele se encontre com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na cúpula do G7, no Canadá, um evento que tradicionalmente tem servido para fortalecer o apoio ocidental à Ucrânia. No entanto, assessores indicam que Trump não deve concordar com novas sanções contra a Rússia durante a reunião.
Apesar de ter insistido que é “a favor de parar as mortes”, os comentários de Trump revelam um crescente ceticismo em relação às perspectivas de encerrar a guerra na Ucrânia. Essa postura reflete uma visão de mundo onde, por vezes, é necessário deixar os conflitos se desenrolarem antes de buscar uma solução. Trump não ofereceu, contudo, uma visão particular sobre as ações da Ucrânia, mantendo-se neutro no que tange à responsabilidade do conflito.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
