O general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, prestou depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a investigação que apura a suposta tentativa de golpe para anular as eleições de 2022. Nogueira relatou o estado de espírito do então presidente Jair Bolsonaro após a derrota nas urnas.
De acordo com o ex-ministro, Bolsonaro demonstrava sinais de grande abatimento. “O presidente, desde o início do término das eleições, ficou abatido, pesaroso, depressivo, doente, e eu me preocupei com a saúde do presidente”, afirmou Nogueira, detalhando a frequência com que se encontrava com o ex-presidente nos meses de novembro e dezembro de 2022.
Nogueira ainda mencionou que as visitas ao Palácio do Planalto pareciam ter um efeito positivo em Bolsonaro. Segundo relatos de um ex-ajudante de ordens, os encontros proporcionavam momentos de conversa e desabafo, aliviando o estado emocional do então presidente após um período inicial de grande tristeza.
Em relação ao relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas, o general da reserva negou ter sofrido qualquer tipo de pressão por parte de Bolsonaro. Nogueira enfatizou que o objetivo do relatório era fiscalizar o processo eleitoral, e não buscar indícios de fraude. “O presidente jamais me pressionou. Seja para mandar o relatório somente no 2º turno, seja para alterar o relatório”, declarou.
Além de Nogueira e Bolsonaro, outras figuras importantes já foram interrogadas no âmbito desta investigação, incluindo o almirante Almir Garnier, Anderson Torres e o general Augusto Heleno. O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, também está sendo ouvido pela Primeira Turma do STF.
Fonte: http://www.metropoles.com
