Em resposta aos ataques aéreos que atingiram instalações nucleares e militares iranianas na última sexta-feira, o Irã elevou a tensão regional ao prometer vingança, romper relações diplomáticas e remodelar sua cúpula militar. Os ataques, que resultaram na morte de importantes figuras do governo iraniano, incluindo generais e cientistas nucleares, desencadearam uma onda de condenações e ameaças por parte de Teerã.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu um “destino amargo” para Israel, alertando que as Forças Armadas iranianas responderão ao que classificou como um “crime” do “regime sionista”. Mohammad Pakpour, o recém-nomeado comandante da Guarda Revolucionária, ecoou o tom beligerante, prometendo abrir “os portões do inferno sobre este regime assassino de crianças”.
Acusando Israel de “declaração de guerra”, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, também responsabilizou os Estados Unidos, alegando conivência no ataque. O ministério divulgou uma nota oficial acusando Washington de patrocinar o governo israelense, alertando que ambos os países arcarão com as consequências.
Diante da escalada, a diplomacia iraniana exigiu uma ação do Conselho de Segurança da ONU, alegando que Israel violou sua soberania. O governo iraniano declarou que exercerá seu direito de autodefesa “com toda a força e da maneira que considerar apropriada”.
Em meio à crise, o Irã agiu rapidamente para reestruturar seus comandos militares, nomeando Ahmad Vahidi, ex-ministro da Defesa, como comandante interino da Guarda Revolucionária, e Habibollah Sayyari como membro do Estado-Maior das Forças Armadas. Paralelamente, Teerã suspendeu as negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear, embora uma autoridade da Casa Branca tenha expressado a esperança de que as conversas ainda possam ocorrer.
O governo iraniano reafirmou seu compromisso com o enriquecimento de urânio e o desenvolvimento de mísseis, argumentando que os ataques israelenses “comprovam o direito do Irã à tecnologia nuclear”. O presidente Masoud Pezeshkian condenou a ação, acusando Israel de tentar sabotar o processo de negociações em curso e demonstrar “medo do poder de persuasão e defesa do Irã para o mundo”.
Fonte: http://revistaoeste.com