Um ataque aéreo atribuído a Israel causou danos significativos à principal instalação de conversão de urânio do Irã, localizada em Esfahan. A informação foi confirmada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) neste sábado, 14. A instalação, crucial para o ciclo de combustível nuclear iraniano, fica a cerca de 400 quilômetros ao sul de Teerã.
Segundo a AIEA, quatro edifícios críticos no complexo nuclear de Esfahan foram afetados, incluindo a Instalação de Conversão de Urânio e a Planta de Fabricação de Placas de Combustível. A agência reportou os danos por meio de publicações na plataforma X, gerando preocupação internacional sobre as implicações para o programa nuclear iraniano.
“As instalações nucleares de Esfahan foram alvo de vários ataques em 13 de junho”, informou a AIEA em um dos posts. “Nenhum aumento nos níveis de radiação fora do local foi relatado até agora. A AIEA permanece em contato próximo com o Irã.” A agência também inspecionou outros locais.
Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, também se manifestou sobre a situação em outras localidades. “Com base nas informações disponíveis para a AIEA, nenhum dano foi observado no local da Planta de Enriquecimento de Combustível de Fordow nem no reator de água pesada de Khondab em construção. Nenhum dano adicional em Natanz desde ontem”, afirmou.
A instalação de Esfahan desempenha um papel fundamental no ciclo de combustível nuclear do Irã, sendo responsável por transformar urânio em material essencial para centrífugas. Esse processo é vital para a separação de isótopos utilizados tanto em energia quanto em armas nucleares. A AIEA concluiu que a capacidade de produção do programa nuclear iraniano será significativamente limitada.
Robert Kelley, engenheiro nuclear e ex-inspetor da AIEA, comentou à Bloomberg sobre o impacto dos ataques. “Se você interromper essa parte do fluxograma, o ciclo de combustível não funciona mais”, disse Kelley, enfatizando a importância da instalação de Esfahan para o programa nuclear iraniano. A interrupção pode paralisar a produção de urânio enriquecido por meses.
Fonte: http://revistaoeste.com
