O mundo do samba se despede de Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, aos 88 anos. Fundador do lendário Cacique de Ramos e um dos pilares do grupo Fundo de Quintal, Bira faleceu na noite de sábado (14/6) no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, onde estava internado devido a complicações decorrentes do Alzheimer e de um câncer de próstata. Sua partida deixa um legado imensurável na cultura popular brasileira.
O falecimento do sambista foi confirmado por volta das 23h55. Bira Presidente deixa duas filhas, Karla Marcelly e Christian Kelly, dois netos, Yan e Brian, e uma bisneta, Lua. Detalhes sobre o velório e sepultamento ainda não foram divulgados até o momento. A notícia da morte de Bira gerou grande comoção entre artistas e admiradores do samba.
Desde a madrugada, diversas homenagens foram prestadas ao músico por figuras de diferentes gerações. O perfil oficial do Cacique de Ramos expressou a importância de Bira: “Hoje nos despedimos daquele que é o próprio Cacique. Bira construiu uma trajetória marcada pela firmeza, pela ética e pela contribuição inestimável ao samba e à cultura popular brasileira”. Personalidades como Belo, Xande de Pilares e Marcelo D2 também manifestaram seus sentimentos.
Nascido em 1937, Bira cresceu imerso no universo do samba, influenciado pelo pai, Seu Domingos. Sua trajetória o levou a frequentar as rodas de samba da Estação Primeira de Mangueira, onde conviveu com lendas como Donga, João da Baiana, Pixinguinha, Carlos Cachaça e Aniceto do Império, absorvendo a essência e a tradição do gênero.
A história do Cacique de Ramos se entrelaça com a de Bira. Inicialmente, ele criou com irmãos e amigos o bloco “Os homens da caverna” para os carnavais de rua. Em 1961, a fusão desse grupo com outros dois deu origem ao Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, do qual Bira se tornou presidente, cargo que ocupou até o fim de sua vida.
No final da década de 1970, Bira integrou um show no Teatro Opinião com um grupo de samba que viria a se tornar o Fundo de Quintal. Ubirany, Sereno, Almir Guineto, Jorge Aragão, Sombrinha e Neoci completavam a formação. O show, intitulado “Samba é no fundo de quintal”, deu nome ao primeiro disco do grupo, lançado em 1980, marcando o início de uma trajetória de sucesso e inovação no samba.
Fonte: http://www.metropoles.com
