O Congresso Nacional elevou a tensão com o governo Lula ao derrubar vetos presidenciais cruciais, expondo uma nova correlação de forças entre os poderes Legislativo e Executivo. A medida, que impacta diretamente o fundo partidário e o setor energético, acende alertas sobre a responsabilidade fiscal e a capacidade do governo de conduzir a agenda econômica.
Essa demonstração de força do Congresso levanta questões sobre a influência de grupos de interesse nas políticas públicas. Leonardo Barreto, da Think Policy, observa um crescente “sequestro de autoridades” para aprovar pautas específicas, citando a obrigatoriedade de compra de energia de pequenas hidrelétricas como exemplo de lobby bem-sucedido.
A fragilidade do Executivo no processo legislativo é evidente. Daniel Rittner, da CNN Brasil, destaca que a taxa de aprovação de medidas provisórias despencou de 86% no segundo governo Lula para apenas 17% atualmente, sinalizando que o Congresso não aceitará mais pacotes fechados.
Entre as decisões mais controversas, está o aumento de R$ 164 milhões no já bilionário fundo partidário e a adição de R$ 197 bilhões às contas de luz até 2050. Thais Herédia, analista da CNN, classificou o dia como “lamentável”, prevendo impactos negativos na gestão fiscal e um aumento da conta para o consumidor.
O governo Lula enfrenta o desafio de se adaptar a essa nova realidade. A busca por uma estratégia eficaz para recuperar o controle do processo legislativo se mostra crucial, em um cenário onde a barganha tradicional via emendas não é mais suficiente. A articulação política e o debate público surgem como caminhos para o governo reverter essa situação.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br