quinta-feira, junho 19, 2025

Golpe no INSS: Aposentados denunciam áudios e dados falsos usados para justificar descontos indevidos

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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem respondido às contestações de aposentados e pensionistas que alegam não ter autorizado descontos associativos em seus benefícios. Contudo, a documentação apresentada pelas associações para justificar as cobranças tem gerado novas e graves suspeitas sobre sua autenticidade.

A CNN teve acesso a documentos enviados por diferentes associações ao INSS, incluindo gravações e termos de adesão que supostamente comprovariam a autorização dos descontos. Em um dos casos, a aposentada Maria Lúcia Braga, do Distrito Federal, teve um áudio questionável apresentado como prova de sua concordância. A gravação, de baixa qualidade, contém apenas um “sim” da idosa, que é interrompida antes de fornecer seu CPF.

Maria Lúcia Braga nega veementemente ter autorizado qualquer desconto e alega que a gravação é uma montagem. O filho da aposentada reforça a denúncia, afirmando que a voz no áudio sequer pertence à sua mãe. A situação levanta sérias dúvidas sobre a lisura dos procedimentos adotados pelas associações.

Outro caso alarmante envolve a Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (AMBEC), que apresentou um áudio também considerado falso e termos de filiação com informações inconsistentes. Os documentos atribuídos a Varlinete Soares da Silva continham o nome de outra pessoa, Joseliete Nogueira Nery, embora o CPF estivesse correto.

Além da troca de nomes, o endereço de Varlinete Soares da Silva também estava incorreto, indicando uma residência em Salvador quando, na verdade, ela mora em Brasília. A aposentada garante que o áudio apresentado pela associação é falso, com informações erradas e uma voz que não é a sua. “Os descontos começaram em outubro de 2023, mas só descobri após a operação da Polícia Federal”, relatou Varlinete, que teve R$ 810 descontados indevidamente ao longo de 18 meses.

A Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionistas (Aasap) também é alvo de denúncias. Um aposentado, que teve valores descontados, recebeu a informação de que já havia sido excluído do cadastro e o dinheiro devolvido, o que ele nega ter ocorrido. A Aasap, assim como as demais, não conseguiu comprovar a autorização para os descontos.

Como revelado anteriormente pela CNN, as associações têm utilizado robôs e sistemas automatizados, como a Unidade de Resposta Audível Digital (URA) e robocalls, para obter as autorizações para os descontos. A prática levanta questionamentos sobre a validade e a transparência dos consentimentos obtidos dessa forma.

Diante da crescente onda de denúncias, o INSS agora permite que aposentados e pensionistas manifestem sua concordância ou discordância com os descontos diretamente no aplicativo Meu INSS ou em agências dos Correios, em um prazo de 30 dias. A CNN procurou o INSS para obter informações sobre a investigação das denúncias de dados incorretos e gravações falsas, e aguarda o posicionamento das associações envolvidas.

Em abril deste ano, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram a Operação Sem Desconto, que revelou um esquema bilionário de fraudes em descontos de contracheques. Treze entidades foram descredenciadas e diversas pessoas foram presas, evidenciando a gravidade do problema e a necessidade de medidas urgentes para proteger os beneficiários do INSS.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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