A troca de mísseis entre Irã e Israel, que tem tensionado o Oriente Médio, revela uma preocupante realidade: o rápido esgotamento dos arsenais militares de ambos os lados. Ataques balísticos e sistemas antimíssil em constante ação expõem a vulnerabilidade das defesas e levantam questões sobre a sustentabilidade do conflito em longo prazo.
Fontes do *Washington Post* indicam que, sem o apoio robusto dos Estados Unidos, a capacidade de defesa antimíssil de Israel se limitaria a apenas 12 dias, caso o ritmo dos ataques iranianos se mantenha. O alerta surge em um momento de intensas movimentações estratégicas dos EUA na região, que já havia identificado as limitações de Israel.
O Pentágono reforçou sua presença militar com sistemas de defesa aérea instalados em terra, no mar e no ar, conforme reportado pelo *Wall Street Journal*. No entanto, a preocupação se estende agora ao próprio estoque de interceptadores dos EUA, em virtude do uso intensivo para defender seu aliado. A situação exige uma análise cuidadosa das reservas estratégicas e da capacidade de resposta em cenários futuros.
“Nem os Estados Unidos nem Israel podem passar o dia inteiro apenas interceptando mísseis”, alertou Tom Karako, diretor do Projeto de Defesa de Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, ao *Wall Street Journal*. A declaração ressalta a necessidade de soluções mais amplas e sustentáveis para garantir a segurança regional.
Relatórios da inteligência israelense, divulgados pelo *Washington Post*, estimam que o Irã possuía cerca de 2 mil mísseis com alcance para atingir Israel. Desde o início dos ataques, cerca de 400 mísseis foram lançados, dos quais 120 teriam sido destruídos em ofensivas israelenses, consumindo cerca de um terço do arsenal utilizado até o momento.
Embora Tel-Aviv declare ter alcançado superioridade aérea sobre o Irã, dificultando novos lançamentos, persiste a preocupação com a redução dos interceptadores disponíveis no sistema Arrow, principal escudo contra mísseis balísticos de longo alcance. Após um começo intenso, a ofensiva iraniana diminuiu, mas alguns ataques causaram danos significativos, atingindo áreas próximas ao Quartel-General das Forças de Defesa de Israel e até mesmo o centro de Tel-Aviv.
Analistas locais sugerem que o Irã ainda mantém mais da metade de seu arsenal ativo, com uma parte armazenada em instalações subterrâneas. O jornal israelense *The Marker* estima que as operações de defesa antimíssil custam a Israel cerca de 1 bilhão de *shekels* por noite, o equivalente a R$ 1 bilhão.
Tal Inbar, especialista da Aliança de Defesa de Mísseis, destaca o alto custo do sistema Arrow, com cada interceptador custando cerca de US$ 3 milhões (R$ 15 milhões), o que dificulta sua reposição. Até o momento, Israel informou ter interceptado 365 dos 400 mísseis lançados, resultando em uma taxa de interceptação superior a 90%.
Apesar do sucesso na interceptação, os ataques deixaram mortos e feridos em ambos os lados, com o governo israelense contabilizando 24 mortos e mais de 600 feridos e o lado iraniano contabiliza 224 vítimas fatais em bombardeios israelenses. A Israel Aerospace Industries, fabricante dos mísseis interceptadores Arrow, não comentou a situação.
Fonte: http://revistaoeste.com
