quinta-feira, junho 19, 2025

Fed Mantém Juros nos EUA e Sinaliza Cortes Graduais em 2025: Impactos Globais em Foco

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O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, optou por manter a taxa básica de juros inalterada, situando-a na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. A decisão, unânime entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto, marca a quarta vez consecutiva em que a taxa permanece estável, refletindo uma postura cautelosa diante das incertezas econômicas globais. O mercado financeiro já antecipava essa manutenção, considerando o cenário complexo que envolve a economia americana.

Contudo, o Fed indicou a possibilidade de dois cortes nas taxas de juros ainda em 2025, totalizando uma redução de 0,50 ponto percentual. Essa projeção sinaliza uma mudança gradual na política monetária, mantendo a prudência diante das tensões comerciais entre os EUA e a China e os efeitos da política tarifária do governo americano. Jerome Powell, presidente do Fed, enfatizou a importância de aguardar mais informações sobre a trajetória econômica antes de realizar qualquer ajuste na política monetária.

Apesar da diminuição das incertezas desde a última reunião, o Fed reconhece que elas permanecem em um nível elevado. A inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor, acumula alta de 2,4% em 12 meses, superando a meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária. Paralelamente, o desemprego se mantém em patamares baixos, indicando a solidez do mercado de trabalho.

A manutenção das taxas de juros elevadas nos EUA exerce influência direta sobre o Brasil. O aumento nos rendimentos dos títulos públicos americanos, as Treasuries, atrai investimentos para o mercado dos EUA, fortalecendo o dólar e reduzindo o fluxo de investimentos estrangeiros para o Brasil. Esse cenário pressiona o real, dificulta a redução da Selic, a taxa básica de juros brasileira, e aumenta o risco de inflação.

No cenário global, a guerra comercial entre EUA e China continua a gerar preocupação. Mesmo com o acordo firmado em maio, que suspendeu algumas tarifas por 90 dias, a possibilidade de retomada das alíquotas em julho gera apreensão nos mercados. As tarifas chegaram a atingir 145% sobre produtos chineses e até 125% em contrapartida de Pequim.

O ex-presidente Donald Trump tem sido um crítico contundente da política do Fed, pressionando por cortes imediatos nas taxas de juros. Trump chegou a defender uma redução da taxa pela metade, classificando Powell como “estúpido”. Para o republicano, a política do banco central estaria travando a economia e impedindo a retomada do crescimento industrial.

Em contrapartida, o Fed mantém o foco no controle da inflação e na manutenção do pleno emprego. A instituição reforçou que continuará a monitorar os indicadores econômicos e está pronta para agir caso surjam riscos ao cumprimento de suas metas. A expectativa é de cortes graduais na taxa de juros até 2027, com reduções menores a partir de 2026 e uma inflação voltando ao nível de 2,1% naquele ano.

Fonte: http://revistaoeste.com

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