Em meio à escalada de tensões entre Israel e Irã, o professor de Relações Internacionais da FAAP, Lucas Leite, concedeu entrevista à CNN Brasil, ressaltando que mesmo em tempos de guerra, o respeito a regras é fundamental, sobretudo a proteção de civis. O especialista enfatizou que o direito internacional estabelece limites claros, independentemente do contexto do conflito. A entrevista levanta um debate crucial sobre a conduta em guerras e a importância da preservação de vidas inocentes.
Leite destacou a importância estratégica dos canais de comunicação em situações de conflito, explicando que estes se tornam alvos frequentes devido ao seu potencial de disseminar informações e influenciar a opinião pública. “A lógica por trás de um ataque a esse tipo de local é dificultar a capacidade que os atores têm em entrar em contato com a população de forma rápida”, explicou o professor, ilustrando a busca pelo controle da informação em cenários de guerra.
Além dos canais de comunicação, o professor apontou para outros alvos sensíveis, como estações de energia, torres de transmissão e antenas de celulares. Segundo ele, a escolha desses alvos visa “atrapalhar toda a organização que existe militar, dos ministérios, das secretarias, dos indivíduos”, demonstrando como a infraestrutura crítica se torna um ponto nevrálgico em conflitos.
O especialista foi enfático ao afirmar que o direito internacional proíbe, em qualquer circunstância, ataques direcionados a civis. “Mesmo a guerra tem regras. Isso está na Convenção de Viena, em várias outras dessas convenções, que estabelece o que pode ser feito”, reforçou Leite, evidenciando que o conflito armado não é sinônimo de ausência de normas.
Por fim, Leite criticou a “sensibilidade seletiva” da comunidade internacional em relação a ataques a hospitais e outras instalações civis. “Infelizmente essa indignação, essa sensibilidade, ela é muito seletiva ainda, o que é um problema, porque quando nós falamos de pessoas e civis, nós estamos falando de vidas humanas, independentemente se elas são de um país ou de outro”, concluiu, chamando a atenção para a necessidade de uma condenação universal da violência contra civis, independentemente de sua nacionalidade ou origem.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br