sexta-feira, junho 20, 2025

Rota Crítica: Estreito de Hormuz no Centro das Tensões entre Israel e Irã

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A crescente escalada do conflito entre Israel e Irã reacendeu a preocupação global em torno do Estreito de Hormuz, um dos corredores marítimos mais importantes para o transporte de petróleo. Ameaças de bloqueio por parte do Irã levantam sérias questões sobre a segurança do abastecimento energético mundial, especialmente para a Ásia, forçando grandes exportadores do Golfo a tomarem medidas preventivas.

Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iraque já aumentaram seus embarques de petróleo em até 16% em meados de junho, antecipando um possível bloqueio, conforme reportado pelo *New York Times*. Analistas advertem que um eventual fechamento do estreito poderia impulsionar o preço do barril de Brent a níveis ainda mais elevados, impactando diretamente a economia global.

Mas, afinal, o que é o Estreito de Hormuz e por que ele é tão importante? Trata-se de uma rota marítima estratégica localizada entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, conectando-se ao Mar Arábico. Cerca de 20 milhões de barris de petróleo passam por ele diariamente, representando quase 20% do consumo global e mais de 25% do comércio marítimo de petróleo bruto. Além disso, um quinto do comércio mundial de GNL, proveniente principalmente do Catar, também depende dessa passagem.

Apesar da existência de dutos que contornam a rota marítima, suas capacidades são limitadas. Mesmo com o oleoduto East-West da Arábia Saudita (com capacidade de 5 a 7 milhões de barris por dia), o duto Emirados-Fujairah (1,8 milhão de barris por dia) e o iraniano Goreh-Jask (cerca de 300 mil barris por dia), estima-se que mais de 15 milhões de barris diários permanecerão dependentes do Estreito de Hormuz.

A simples ameaça de interrupção do tráfego já causa impactos significativos. O custo do seguro para navios na região aumentou aproximadamente 60%, elevando taxas de frete e pressionando embargos de risco. Essa tendência pode reduzir o número de embarcações disponíveis e causar atrasos nas cadeias de abastecimento, principalmente na Ásia.

Autoridades iranianas sinalizaram que, caso os Estados Unidos apoiem Israel diretamente no conflito, isso justificaria o fechamento do estreito como retaliação econômica. Embora um cenário de bloqueio total seja considerado raro, suas repercussões seriam graves, já que o canal estreito (com apenas 33 km de largura) dificulta a navegação e impede desvios simples.

Na quinta-feira (20), o preço do petróleo Brent chegou a subir quase 3%, atingindo US$ 79, diante da possibilidade, posteriormente descartada, de envolvimento dos EUA na guerra. O Citigroup projeta que o preço do Brent pode saltar para cerca de US$ 90 por barril em caso de fechamento do Estreito de Hormuz, embora considere um bloqueio prolongado improvável, com expectativa de reabertura rápida da rota.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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