O Ibovespa não resistiu à pressão e fechou em baixa nesta sexta-feira, devolvendo parte dos ganhos recentes. O índice de referência da bolsa brasileira cedeu 1,15%, marcando 137.115,83 pontos, impactado pelo desempenho negativo da Vale e pela persistente preocupação com a política monetária restritiva.
A performance da Vale (VALE3) exerceu considerável influência sobre o resultado do Ibovespa. As ações da mineradora recuaram 2,58%, mesmo com a valorização do minério de ferro na China, um contraste que evidencia a complexidade dos fatores que afetam o mercado acionário.
Além da Vale, o cenário de juros altos, reforçado pela recente elevação da Selic para 15% pelo Banco Central, também contribuiu para o clima de aversão ao risco. A decisão do Copom de interromper o ciclo de alta, mas sinalizando a manutenção das taxas em patamares elevados por um período prolongado, impactou negativamente ações de empresas sensíveis à economia doméstica.
“O BC sinalizou a interrupção do ciclo de alta, mas sem fechar a porta para mais ajustes, se preciso, e indicou que a taxa ficará elevada por bastante tempo para evitar a precificação prematura de corte”, analisou a equipe da Ágora Investimentos, em relatório.
No cenário corporativo, a Cosan (CSAN3) registrou a maior queda do Ibovespa, com um tombo de 9%. Já Magazine Luiza (MGLU3) também sofreu, fechando em baixa de 5,35%, refletindo a sensibilidade do setor de varejo ao cenário de juros elevados. Em contraste, TIM (TIMS3) e Petroreconcavo (RECV3) apresentaram ganhos, impulsionadas por notícias positivas específicas de cada empresa.
Em Nova York, o S&P 500 também fechou em queda, com decréscimo de 0,22%. A combinação de fatores internos e externos, incluindo as incertezas geopolíticas no Oriente Médio, contribuiu para a cautela dos investidores.
Fonte: http://www.infomoney.com.br