Os mercados globais iniciam a semana sob forte tensão, com investidores digerindo os impactos dos recentes ataques dos EUA a instalações nucleares no Irã. A escalada das tensões geopolíticas, somada à expectativa de uma resposta de Teerã, injeta cautela nos negócios. Em contrapartida, os futuros de Wall Street apresentam leve alta, sinalizando uma reação contida em meio à incerteza.
A possibilidade de retaliação iraniana paira sobre o mercado, com analistas ponderando cenários que incluem ataques a bases americanas e o bloqueio do estratégico Estreito de Ormuz. Um fechamento prolongado dessa rota vital para o escoamento de petróleo poderia impulsionar os preços do barril para acima de US$ 100. O ministro das Relações Exteriores do Irã já declarou que o país reserva ‘todas as opções’ para defender sua soberania.
Nos Estados Unidos, a política monetária do Federal Reserve (Fed) também está no radar. Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, avalia que a política monetária está ‘em um bom lugar’ e projeta um corte nas taxas de juros no outono. Essa perspectiva diverge da visão de Christopher Waller, que aponta para uma possível mudança já em julho.
Na Ásia-Pacífico, o cenário foi de perdas generalizadas, com o ataque dos EUA elevando os preços do petróleo e acentuando os temores de uma escalada do conflito. Na Europa, os mercados também abriram em baixa, refletindo a preocupação com a instabilidade no Oriente Médio. A decisão de Donald Trump de atacar o Irã surpreendeu investidores, que esperavam uma avaliação mais demorada da situação.
As commodities sentiram o impacto das tensões geopolíticas. Os preços do petróleo iniciaram o dia em forte alta, mas recuaram ao longo da sessão. “O pior cenário para o mercado de petróleo seria uma tentativa do Irã de fechar o Estreito de Ormuz”, alertam analistas, ressaltando a importância da rota para o fluxo global de petróleo. Enquanto isso, o minério de ferro na China registrou alta, impulsionado por uma melhora na demanda de curto prazo.
Fonte: http://www.infomoney.com.br