Diante das instabilidades geopolíticas no Oriente Médio, com o frágil cessar-fogo entre Irã e Israel e o risco de novos conflitos, a Refina Brasil alerta para a necessidade urgente de o Brasil priorizar sua segurança energética. Segundo Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil, a tensão em torno do Estreito de Ormuz, rota crucial para o petróleo mundial, serve como um sinal de alerta. Uma escalada do conflito poderia levar a sérios problemas logísticos no abastecimento global.
Embora um desabastecimento imediato não seja iminente, o impacto nos preços já é sentido, e um aumento é inevitável, segundo a Refina Brasil. “O que sim tem de acontecer é aumento de preço”, afirmou Pinheiro, ressaltando que o Brasil tem fontes de abastecimento diversificadas, incluindo Rússia, Estados Unidos e Índia. Diante desse cenário, a empresa defende que a soberania energética deve ser tratada como prioridade nacional.
A Refina Brasil se mostra favorável ao aumento da mistura de etanol na gasolina para 30% (E30) e de biodiesel no diesel para 15% (B15), considerando que os biocombustíveis contribuem para a transição energética e a estabilidade do setor. “Para nós, é neutro e até positivo sob o ponto de vista de segurança energética”, destacou Pinheiro, referindo-se ao aumento do consumo de gasolina.
Entretanto, a Refina Brasil chama a atenção para a fragilidade estrutural do Brasil, que possui capacidade de armazenamento de combustíveis para apenas seis dias e um déficit de refino de cerca de 600 mil barris por dia. Essa dependência da importação de derivados, mesmo com autossuficiência na produção de petróleo, expõe o país a crises e oscilações externas.
A empresa também critica o domínio da Petrobras no mercado de refino, que permite à estatal definir os preços, prejudicando a competitividade das refinarias privadas. Segundo Pinheiro, essa situação desestimula investimentos no setor, impedindo a expansão da capacidade de refino nacional e comprometendo a construção de um mercado competitivo. A Refina Brasil estima que, com a correção dessas distorções, o Brasil poderia atrair mais de R$ 70 bilhões em investimentos e gerar milhares de empregos.
Fonte: http://jovempan.com.br