Em um cenário global marcado por tensões geopolíticas no Oriente Médio, a Refina Brasil manifesta preocupação com a segurança energética do país. O temor de uma escalada do conflito entre Irã e Israel, com potencial impacto no estratégico Estreito de Ormuz, onde passa cerca de 20% do petróleo mundial, exige medidas urgentes, segundo a entidade.
O presidente da Refina Brasil, Evaristo Pinheiro, alerta para possíveis problemas logísticos severos no abastecimento global caso o conflito se intensifique e o Estreito de Ormuz seja bloqueado. Embora descarte o risco imediato de desabastecimento, Pinheiro reconhece que o impacto nos preços dos combustíveis é inevitável, mesmo com o Brasil diversificando suas fontes de compra.
Diante desse quadro, a Refina Brasil defende o aumento da mistura de etanol na gasolina para 30% (E30) como um passo positivo para a transição energética e a estabilidade do setor. “Para nós, é neutro e até positivo sob o ponto de vista de segurança energética”, afirma Pinheiro, ressaltando que a medida impulsiona o uso de biocombustíveis e reduz a dependência de fontes externas.
Contudo, a entidade alerta para fragilidades estruturais que limitam a autonomia do Brasil. O país possui baixa capacidade de armazenamento de combustíveis e um déficit de refino significativo, o que o torna vulnerável a oscilações externas, mesmo sendo autossuficiente na produção de petróleo. Para a Refina Brasil, o domínio da Petrobras sobre a maior parte da capacidade de refino nacional distorce o mercado e afasta investimentos.
Segundo Pinheiro, essa concentração permite que a estatal dite os preços, prejudicando a concorrência e desestimulando a expansão do setor privado. Ele estima que, corrigindo essas distorções, o Brasil poderia atrair mais de R$ 70 bilhões em investimentos e gerar milhares de empregos. A Refina Brasil defende um ambiente mais equilibrado para o setor privado, com o objetivo de fortalecer a capacidade de refino nacional e promover a segurança energética do país.
Fonte: http://jovempan.com.br
