Os gastos do consumidor nos Estados Unidos registraram uma queda surpreendente em maio, sinalizando uma possível desaceleração na principal engrenagem da economia americana. A redução de 0,1% contrariou as expectativas de analistas, que previam um aumento de 0,1%, conforme dados divulgados pelo Departamento de Comércio nesta sexta-feira.
O recuo nos gastos, que representam mais de dois terços da atividade econômica do país, levanta questões sobre a sustentabilidade do crescimento. A diminuição reflete, em parte, o arrefecimento da demanda por bens duráveis, como automóveis, impulsionada anteriormente pela antecipação de tarifas.
As políticas tarifárias implementadas pelo governo Trump têm gerado distorções no cenário econômico, dificultando a interpretação dos dados. Economistas alertam que os efeitos das tarifas ainda precisam ser totalmente absorvidos, tornando o quadro econômico incerto a curto prazo.
Além disso, um déficit comercial recorde no primeiro trimestre já havia impactado negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), contribuindo para uma contração de 0,5%. “Pode levar algum tempo para que as distorções relacionadas às tarifas sejam eliminadas dos dados”, ressaltam analistas.
Apesar do cenário de gastos mais fracos e inflação moderada, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa de juros inalterada em sua próxima reunião de julho. O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o banco central precisa de mais informações sobre o impacto das tarifas nos preços antes de considerar um corte nos juros.
Os dados do índice de preços PCE, que o Fed acompanha de perto para sua meta de inflação de 2%, mostraram um aumento de 0,1% em maio, mantendo o ritmo de abril. Excluindo alimentos e energia, o núcleo do PCE avançou 2,7% nos 12 meses até abril, sinalizando uma inflação ainda acima da meta do banco central.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br