domingo, junho 29, 2025

Agricultura Regenerativa: Brasil Impulsiona Novo Modelo Sustentável Contra as Mudanças Climáticas

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O Brasil, após cinco décadas de investimentos conjuntos entre governo e setor privado, consolidou-se como uma potência agropecuária global. A relevância do país é inegável: dados da Embrapa revelam que um em cada quatro produtos do agronegócio mundial tem origem brasileira. O setor representa um quarto do PIB nacional, 20% dos empregos e quase metade das exportações, demonstrando sua força na economia.

Agora, essa expertise acumulada se volta para um novo desafio: a agricultura regenerativa. O objetivo é aliar a produção de alimentos à restauração do solo, à conservação ambiental e à redução das emissões de carbono. Essa mudança de paradigma visa não apenas produzir alimentos mais saudáveis, mas também recuperar biomas como o Cerrado e a Amazônia, além de gerar renda para pequenos e médios agricultores.

Um estudo recente dos institutos Arapyaú e Itaúsa aponta o vasto potencial da agricultura regenerativa no Brasil. Intitulado “Soluções em Clima e Natureza do Brasil”, o estudo estima que existam 28 milhões de hectares de pastagens degradadas, uma área equivalente ao Rio Grande do Sul, que podem ser convertidas em áreas de cultivo, reflorestamento ou produção de energia. O país já possui iniciativas importantes, como a liderança mundial no plantio direto, técnica que protege o solo e minimiza a emissão de gases de efeito estufa.

Projetos inovadores, como o Cacau+Sustentável, ilustram o potencial da agricultura regenerativa. Em parceria entre a Suzano e o Arapyaú, a iniciativa busca fortalecer a agricultura regenerativa no sul da Bahia, combinando o cultivo de cacau com outras culturas, como banana e açaí. O projeto também incentiva práticas sustentáveis de baixo custo, como o plantio de mandioca e hortaliças, para gerar renda rápida para os produtores.

Empresas de diversos setores também estão se comprometendo com a regeneração. A MBRF Global Foods, por exemplo, condiciona a entrada de pequenos produtores em sua cadeia de fornecimento ao cumprimento de práticas ambientais adequadas. Já a Natura, gigante do setor de cosméticos, tem a ambiciosa meta de se tornar uma empresa 100% regenerativa até 2050. Segundo Fernanda Facchini, gerente sênior de Sustentabilidade da Natura, “Hoje, todas as nossas ações estão guiadas pelo conceito de regeneração. Nossas metas são focadas nas pessoas, na natureza e nas relações…”

A Natura, que já atua há mais de 20 anos com comunidades agroextrativistas na Amazônia, busca expandir suas ações de conservação. A empresa pretende ampliar para 3 milhões de hectares a área conservada e regenerada na Amazônia até o fim da década. “Nosso modelo de negócio ajudou a conservar, até hoje, cerca de 2,2 milhões de hectares de floresta em pé”, completa Facchini, demonstrando o impacto positivo das iniciativas sustentáveis.

Fonte: http://www.metropoles.com

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