sexta-feira, julho 18, 2025

Lula Surfa em Crise com Trump e Revés no Congresso para Impulsionar Popularidade

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou sua atuação tanto no cenário nacional quanto internacional, buscando capitalizar sobre momentos de tensão política para reverter a queda em sua popularidade. O Palácio do Planalto enxerga na disputa comercial deflagrada com os Estados Unidos e nas recentes dificuldades enfrentadas no Congresso Nacional oportunidades para fortalecer a imagem do governo perante a opinião pública.

Interlocutores do Partido dos Trabalhadores (PT) avaliam que, caso o governo Trump mantenha a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, o tema permanecerá em evidência por pelo menos mais duas semanas, proporcionando a Lula uma plataforma para se apresentar como defensor dos interesses nacionais. No que diz respeito ao Congresso, o Planalto acredita que deputados e senadores do Centrão estão sob pressão popular em relação a questões como justiça tributária e o aumento nas contas de luz, o que impediria Lula de moderar sua postura.

De acordo com a Casa Branca, as tarifas americanas entrarão em vigor a partir de 1º de agosto. Diante dessa possibilidade, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também exerce o cargo de ministro da Indústria, Comércio e Serviços, tem se dedicado a construir uma resposta brasileira, enquanto Lula tem adotado um tom mais contundente ao criticar a ofensiva dos EUA. Essa estratégia visa aproximar o governo do empresariado e do agronegócio, setores cruciais para a economia nacional.

Dados recentes da pesquisa Quaest indicam uma melhora na avaliação do governo Lula, com a desaprovação caindo de 57% para 53% e a aprovação subindo de 40% para 43%. O levantamento aponta que o embate com Donald Trump teve um impacto positivo na percepção pública do presidente brasileiro. “A pesquisa revela ainda que a maioria dos entrevistados (53%) apoia a declaração de Lula de que o Brasil deve responder com medidas equivalentes às tarifas impostas pelos Estados Unidos”, afirma Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Lula tem abordado a questão da disputa comercial com os EUA em diversas ocasiões, tanto em agendas internas quanto em pronunciamentos oficiais e entrevistas à imprensa internacional, como à CNN. Essa estratégia visa reforçar a imagem de um “inimigo comum”, tanto para o público interno quanto para o externo. Simultaneamente, Jorge Messias, chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), publicou um artigo no New York Times, defendendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e a soberania do Brasil, em uma clara tentativa de influenciar a opinião pública americana.

No que se refere ao Congresso Nacional, a estratégia do governo tem sido de menor exposição e maior ação. Após sofrer uma derrota com a derrubada do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo viu a Medida Provisória (MP) com alternativas arrecadatórias enfrentar dificuldades. O governo tenta reverter o cenário após um período de crises, como a crise do Pix e o escândalo da farra do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O último movimento de Lula em relação ao Congresso foi vetar o aumento do número de deputados, de 513 para 531, logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) garantir a retomada do reajuste do IOF. Segundo aliados, Lula capitaliza sobre um tema impopular ao barrar o aumento da quantidade de parlamentares e forçar o Congresso a reabrir o debate em um futuro próximo. Essa decisão, no entanto, contrariou a ala política do governo, que havia aconselhado Lula a não tomar nenhuma decisão sobre o tema, permitindo que o Congresso promulgasse o aumento sem o envolvimento do Executivo.

Fonte: http://www.metropoles.com

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