As reações da oposição no Congresso em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a operação da Polícia Federal (PF) que o teve como alvo, enfrentam um obstáculo significativo: a falta de apoio político para avançar com suas propostas.
A primeira medida defendida pelos aliados de Bolsonaro, que buscavam interromper o recesso parlamentar para que o Congresso agisse em favor do ex-presidente, foi prontamente rejeitada pelas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) confirmaram a manutenção do recesso, com o retorno dos trabalhos agendado para 4 de agosto.
Apesar da posição da cúpula do Congresso, o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, Paulo Bilynskyj (PL-SP), convocou uma sessão para votar uma “moção de apoio” a Bolsonaro. Bilynskyj afirmou que a reunião permanece agendada, a menos que haja uma determinação oficial da Mesa Diretora em contrário.
A oposição planeja utilizar as comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores da Câmara para “discutir os impactos institucionais das decisões judiciais recentes e propor ações legislativas de contenção de abusos” por parte de membros do Judiciário. Em nota, o grupo classificou a ação contra Bolsonaro como “grave episódio de perseguição política disfarçada de ação judicial”, defendendo ações do Congresso contra o ministro Alexandre de Moraes.
O grupo de parlamentares do PL e do Novo tem uma reunião agendada para discutir as estratégias a serem adotadas. Entre as pautas em debate, está a defesa da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar abuso de autoridade. No entanto, Hugo Motta já expressou sua oposição à criação de CPIs em momentos de tensão política. Uma proposta com maior potencial de avanço é a que limita as decisões monocráticas de ministros do STF, já aprovada no Senado e pronta para votação na Câmara.
A dificuldade da bancada do PL em aprovar projetos de seu interesse não é nova. Um exemplo disso é o projeto de lei (PL) da anistia, que visava anistiar condenados por participação ou financiamento nos atos de 8 de Janeiro, mas que não avançou no Congresso. Assim, a legenda pode esbarrar nas mesmas dificuldades com as novas propostas em defesa do ex-presidente.
Fonte: http://www.metropoles.com