O mercado financeiro recebeu com otimismo a nova edição do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Pela primeira vez desde março, a expectativa de inflação para 2026 recuou para um patamar abaixo do teto da meta estabelecida, sinalizando um possível alívio no horizonte econômico. A mediana das projeções para o IPCA em 2026 atingiu 4,45%, após nove semanas de estabilidade no limite superior da meta, o que já era esperado por especialistas.
Essa revisão para baixo reflete uma percepção de desaceleração econômica, impulsionada por fatores como as tarifas comerciais dos Estados Unidos, que podem exercer pressão desinflacionária. O Boletim Focus também apontou para uma redução na expectativa de inflação para 2025, que recuou de 5,17% para 5,10%, marcando a décima baixa consecutiva. As estimativas mais recentes do Banco Central indicam inflação de 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026.
Apesar das notícias positivas no front da inflação, o mercado manteve suas projeções para a taxa básica de juros (Selic) inalteradas. A expectativa é que a Selic encerre 2025 em 15%, o mesmo patamar atual após a recente elevação de 0,25 ponto percentual pelo Copom. A decisão do Copom de interromper o ciclo de alta sinaliza uma pausa para avaliar os impactos das medidas de aperto monetário já implementadas.
Para os anos seguintes, as projeções para a Selic também permaneceram estáveis, com 12,50% para 2026 e 10,50% para 2027. No mercado de câmbio, o Boletim Focus também não trouxe grandes surpresas. A mediana para o dólar no final de 2025 se manteve em R$ 5,65, enquanto a expectativa para 2026 é de R$ 5,70, mesma projeção para o final de 2027 e 2028.
Em resumo, o Boletim Focus trouxe um misto de notícias para o mercado, com a inflação sob controle no longo prazo, mas com a Selic ainda em patamares elevados. A atenção agora se volta para as próximas decisões do Copom e para os desdobramentos da política econômica global.
Fonte: http://jovempan.com.br