Tabagismo e álcool ainda são os maiores vilões, mas infecção por HPV e falta de diagnóstico precoce aumentam os casos entre pessoas fora do grupo tradicional de risco
Os cânceres de boca e laringe, historicamente associados a homens acima dos 50 anos, fumantes e consumidores excessivos de álcool, vêm apresentando um perfil preocupante no Brasil. Dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam cerca de 48 mil novos casos por ano envolvendo tumores de cabeça e pescoço, sendo as neoplasias da cavidade oral e laringe as mais incidentes. Embora o tabaco e o álcool ainda liderem a lista de causadores, outros fatores vêm ganhando espaço nos diagnósticos — como a infecção por HPV, má higiene bucal e alimentação pobre em frutas e vegetais.
“Temos observado um crescimento preocupante de casos, especialmente entre pessoas mais jovens e com histórico de vida saudável, ligados ao papilomavírus humano (HPV), principalmente em tumores de orofaringe, como base da língua e amígdalas. Muitos desses pacientes nunca fumaram nem consumiram álcool com frequência. Isso reforça a importância da vacinação e do diagnóstico precoce”, destaca a Dra. Mariana Guerra, médica oncologista do COP.
Outro ponto sensível é o diagnóstico em estágio avançado. Segundo o INCA, cerca de 80% dos casos de câncer de cabeça e pescoço ainda são detectados tardiamente, o que reduz as chances de cura e exige tratamentos mais complexos e agressivos. “Os sinais iniciais podem ser confundidos com aftas persistentes, rouquidão prolongada, dor de garganta ou feridas que não cicatrizam. Ao menor sinal, é fundamental procurar avaliação especializada”, alerta a médica.
O câncer de lábio, por sua vez, é mais frequente em pessoas com exposição solar prolongada, como trabalhadores rurais e profissionais que atuam ao ar livre. Já o de laringe pode estar relacionado, além dos fatores citados, à exposição ocupacional a agentes químicos, como asbesto, formaldeído e solventes industriais.
Como forma de prevenção, o especialista orienta evitar o consumo de tabaco e álcool, manter uma alimentação saudável, realizar consultas periódicas com dentistas e otorrinolaringologistas, proteger os lábios do sol com filtro labial, além de vacinar-se contra o HPV, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. “A prevenção ainda é a nossa principal aliada. Pequenas atitudes cotidianas podem evitar um diagnóstico que muda completamente a vida de uma pessoa”, finaliza a especialista.
Sobre o COP – Centro de Oncologia do Paraná
Fundado em 1991 pela médica oncologista clínica Dra. Mônica Stramare Pereira, o Centro de Oncologia do Paraná (COP) é a maior estrutura privada de oncologia de Curitiba e uma das mais completas do Brasil. Com quatro unidades – três na capital e uma em São José dos Pinhais –, o COP conta com um corpo clínico composto por cerca de 80 médicos e mais de 200 colaboradores, oferecendo atendimento integral, tecnológico e humanizado a pacientes oncológicos. Pioneiro na implantação de um modelo multidisciplinar de cuidado, o COP reúne especialidades como nutrição, psicologia, cuidados paliativos e cardiologia desde a primeira consulta, sempre com foco na escuta ativa e no acolhimento. Em 2025, a instituição inaugurou a primeira unidade de wellness oncológico multidisciplinar do Sul do Brasil, reafirmando seu compromisso com inovação e excelência no tratamento do câncer. O COP tem como missão oferecer um cuidado completo, preciso e empático, baseado na subespecialização médica e na atualização constante de protocolos e tecnologias.