O orégano, erva aromática popular em pizzas e molhos, pode ser mais do que um simples tempero. Estudos recentes apontam para seus potenciais benefícios no funcionamento intestinal, despertando o interesse de nutricionistas e gastroenterologistas. A chave está em seus compostos naturais, como o carvacrol e o timol, que parecem influenciar positivamente a digestão.
A nutricionista Cynara Oliveira, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, destaca que “esses componentes auxiliam o estômago a trabalhar melhor e reduzem a formação de gases”. Essa ação carminativa do orégano pode aliviar o desconforto abdominal e a sensação de inchaço, contribuindo para um bem-estar geral.
O gastroenterologista Bernardo Martins, do Hospital Santa Lúcia Norte, também em Brasília, complementa, ressaltando a versatilidade da planta. Segundo ele, o orégano possui tanto compostos com leve efeito laxativo quanto propriedades antidiarreicas, auxiliando na regulação do trânsito intestinal.
Essa aparente contradição se explica pelo equilíbrio e pela forma de uso. O timol, por exemplo, atua na flora intestinal, mantendo o microbioma saudável e prevenindo a disbiose, condição que favorece o crescimento excessivo de bactérias nocivas. Outros compostos, como linalol, taninos e cimeno, reforçam o efeito carminativo, combatendo gases e desconforto.
É importante frisar que o orégano é um aliado, não uma solução mágica. Como aponta Cynara Oliveira, “não há evidência suficiente para classificá-lo como um alimento funcional específico contra a constipação”. Portanto, ele deve complementar uma dieta rica em fibras, com frutas, vegetais e grãos integrais, além de hábitos saudáveis, como a ingestão adequada de água.
O consumo diário na culinária é considerado seguro, e o chá pode ser preparado com uma colher de chá da erva seca para cada xícara de água. No entanto, o uso de formatos concentrados, como o óleo essencial, exige cautela, pois pode irritar o estômago e causar reações adversas, especialmente em pessoas com intestino sensível ou alergias a plantas da mesma família, como manjericão, hortelã e sálvia.
Em resumo, o orégano se mostra um tempero versátil com propriedades benéficas para a digestão e o bem-estar intestinal. Como reforça Bernardo Martins, “ele é muito benéfico e muito utilizado (…). Só é preciso lembrar que ele não é um remédio, e sim um coadjuvante dentro de uma alimentação saudável”. Portanto, inclua o orégano na sua rotina, mas não dispense uma dieta equilibrada e o acompanhamento profissional, caso necessário.
Fonte: http://www.metropoles.com