O Brasil registrou um déficit de US$ 5,131 bilhões em conta corrente no mês de junho, o pior resultado para o período desde 2014, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O valor supera as expectativas do mercado, que projetavam um déficit de US$ 4,30 bilhões, e representa um aumento significativo em relação ao saldo negativo de US$ 2,930 bilhões observado em maio. O resultado acende um sinal de alerta sobre a saúde das contas externas do país.
No acumulado de 2025, o déficit em conta corrente já soma US$ 32,808 bilhões. A deterioração também é visível na relação entre o déficit e o Produto Interno Bruto (PIB), que saltou de 3,35% em maio para 3,42% em junho. Esse indicador reforça a pressão sobre a economia brasileira.
Apesar do saldo positivo de US$ 5,287 bilhões na balança comercial, o déficit foi amplificado pelos resultados negativos na conta de serviços (US$ 4,518 bilhões) e, principalmente, na conta de renda primária (US$ 6,202 bilhões). Essa combinação de fatores demonstra a complexidade do cenário econômico atual.
Para o ano, o Banco Central prevê um déficit total de US$ 58 bilhões nas transações correntes. No entanto, a projeção de entrada líquida de US$ 70 bilhões em Investimento Direto no País (IDP) pode amenizar o impacto negativo. A expectativa de um superávit comercial de US$ 60 bilhões em 2025 também é vista como um fator crucial para equilibrar as contas externas.
Analistas apontam que o desempenho da conta corrente exige atenção, mas o fluxo de investimentos estrangeiros diretos pode compensar parte do déficit. O monitoramento contínuo dos indicadores econômicos é fundamental para avaliar a sustentabilidade das contas externas brasileiras.
Fonte: http://jovempan.com.br
