A Polícia Federal (PF) confiscou o mais recente celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um iPhone, em uma operação realizada em sua residência no Jardim Botânico, Brasília. A ação foi desencadeada por uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro. A medida judicial tem como objetivo apurar o possível descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas pelo STF.
O foco da investigação da PF reside na análise do conteúdo do celular apreendido. A suspeita é de que o ex-presidente possa ter coordenado a publicação realizada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em relação aos atos de manifestação que ocorreram no fim de semana. Segundo fontes da PF, a perícia no aparelho busca identificar indícios de uma possível articulação entre pai e filho.
A decisão de Moraes também impõe a Bolsonaro a proibição de utilizar aparelhos celulares, seja diretamente ou por meio de terceiros. A medida visa evitar qualquer comunicação que possa ser interpretada como descumprimento das restrições judiciais impostas. O caso levanta questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão e o alcance das medidas cautelares aplicadas ao ex-presidente.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi motivada pela divulgação de um vídeo nas redes sociais, gravado por Flávio Bolsonaro. Na postagem, que foi posteriormente apagada, o ex-presidente discursava para apoiadores durante uma manifestação. A atitude foi interpretada como uma possível tentativa de burlar as medidas restritivas, levando à determinação da prisão domiciliar.
Durante as manifestações, realizadas em diversas capitais, Flávio Bolsonaro chegou a ligar para o pai durante o ato em Copacabana, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Bolsonaro agradeceu o apoio e reafirmou o compromisso com a liberdade e o Brasil, declarando: “Obrigado a todos. É pela nossa liberdade. Pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos”. A fala é agora objeto de análise da PF para determinar se houve incitação ou coordenação por parte do ex-presidente.