Uma empresa americana operando em Serra Verde, Goiás, está direcionando a quase totalidade de sua produção de terras raras para a China, conforme revelou Raul Jungmann em entrevista. A situação lança luz sobre a complexa dinâmica do mercado global desses minerais estratégicos, evidenciando um cenário de dependência.
A China não só se destaca como grande produtora, mas também detém entre 80% e 90% do processo de refinamento de terras raras. Segundo Jungmann, esse domínio foi construído ao longo de décadas, desde os anos 1960 e 1970, quando o país asiático investiu no desenvolvimento de expertise nesse setor.
O processo de refino é crucial, pois as terras raras em estado bruto possuem aplicação limitada, demandando processos sofisticados de separação. “O procedimento envolve técnicas como flotação e requer alto nível tecnológico para separar o mineral do material estéril”, explicou Jungmann, destacando a complexidade da cadeia produtiva.
Estes minerais são indispensáveis para setores como tecnologia, aviação e fabricação de ligas especiais. O desenvolvimento de um projeto de mineração de terras raras, mesmo considerando apenas a etapa de extração, pode levar no mínimo cinco anos para iniciar as operações, conforme apontado pelo especialista.
Para estabelecer uma operação completa de processamento de terras raras, o Brasil enfrentaria desafios significativos. Seria necessário desenvolver tecnologia própria ou buscar acordos de transferência tecnológica, além de investir em infraestrutura robusta, como portos, minerodutos ou linhas férreas, dependendo da localização.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
