sábado, agosto 2, 2025

Febre Oropouche Alastra-se pelo Brasil: Emergência Sanitária se Alerta para o Aumento de Casos e Óbitos

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Outrora restrita à Amazônia, a febre oropouche expandiu drasticamente seu alcance geográfico, transformando-se em uma preocupação nacional de saúde pública. Espírito Santo, a quase 3 mil km de distância do epicentro original, lidera o número de casos, com um alarmante registro de 6.318 infecções. A rápida disseminação da doença intriga pesquisadores e desafia gestores de saúde, que buscam estratégias para conter o avanço em uma população sem imunidade prévia.

Em 2024, a febre oropouche já foi confirmada em 18 estados e no Distrito Federal, totalizando 11.805 casos. A doença causou 5 mortes, sendo 4 no Rio de Janeiro e 1 no Espírito Santo, além de duas mortes ainda sob investigação. Os números semanais superam os do ano anterior, e a expectativa é que o total de 2025 ultrapasse os 13.856 casos registrados em 2024. O número de óbitos já supera o do ano anterior, quando foram registradas 4 mortes.

A febre oropouche, causada por um vírus transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis, o popular maruim, manifesta sintomas similares aos da dengue e chikungunya. Felipe Naveca, do Instituto Oswaldo Cruz, explica: “Estudos genéticos mostram que os casos que se proliferam no Brasil foram causados por uma nova linhagem do vírus, que surgiu no Amazonas, circulou pela Região Norte e depois se espalhou”. Ele também destaca a ligação com o desmatamento recente na região amazônica.

O maruim, vetor da doença, prolifera-se em ambientes úmidos e ricos em matéria orgânica em decomposição, sendo comum em áreas florestais e plantações. Surtos têm sido observados em áreas periurbanas, onde a transição entre ambientes rurais, mata e áreas habitadas favorece a disseminação. As mudanças ambientais, como secas e cheias dos rios, impactam a população do vetor e dos animais dos quais ele se alimenta, contribuindo para a proliferação da doença.

Estudo internacional recente apontou que variáveis climáticas, como mudanças na temperatura e padrões de chuva, influenciam em 60% a disseminação da oropouche. Em resposta à crise, o Ministério da Saúde intensificou o monitoramento dos casos e tem realizado encontros com autoridades locais para orientar sobre a notificação, investigação e encerramento de casos suspeitos. A pasta ainda declarou que estudos sobre o uso de inseticidas estão sendo realizados em parceria com a Fiocruz e a Embrapa.

No Espírito Santo, estado com o maior número de casos, as autoridades de saúde estão em alerta. O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, atribui o grande número de casos às características periurbanas do estado e à intensa movimentação de trabalhadores durante a colheita do café. A secretaria de saúde local intensificou o treinamento de profissionais para identificar e lidar com os casos de oropouche, diferenciando-os de outras arboviroses.

A febre oropouche também se tornou uma preocupação crescente em estados do Nordeste, como o Ceará, que registrou 674 casos este ano. O Secretário Executivo de Vigilância em Saúde do estado, Antonio Lima Neto, ressalta o investimento em ações de manejo clínico e vigilância laboratorial, com foco em gestantes. Ele também alerta para a dificuldade no controle do mosquito-pólvora em comparação com o Aedes Aegypti, demandando estratégias inovadoras para conter a propagação da doença.

Fonte: http://www.metropoles.com

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