Em um cenário de crescentes tensões comerciais globais, o governo brasileiro se prepara para receber representantes do Conselho Europeu em Brasília para uma série de encontros estratégicos. A reunião, agendada para os dias 29 e 30 de julho, ganha relevância especial diante da iminente imposição de tarifas de 50% por Donald Trump a produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto.
A iniciativa é coordenada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável (CDESS), conhecido como “Conselhão”, e contará com a participação do Comitê Econômico e Social Europeu (CESE), órgão consultivo da União Europeia. As discussões, que ocorrerão no Itamaraty, abordarão temas cruciais como o acordo Mercosul-União Europeia, trabalho digital, democracia e combate à desinformação.
A abertura do evento ficará a cargo da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e do presidente do CESE, o alemão Oliver Röpke. Também estarão presentes a Secretária-Geral das Relações Exteriores do Itamaraty, embaixadora Maria Laura da Rocha, o mediador Olavo Noleto e a embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf. A expectativa é que o vice-presidente Geraldo Alckmin participe, coordenando as negociações do Brasil com os EUA frente ao “tarifaço” de Trump.
O acordo Mercosul-União Europeia emerge como uma possível alternativa para mitigar os impactos das tarifas americanas. Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia sinalizado essa possibilidade, afirmando que o acordo “vai ser acelerado neste momento”. O Brasil, que assumiu a presidência do Mercosul em julho, tem como prioridade a conclusão desse acordo, conforme demonstrado na recente viagem do presidente Lula à Europa, onde se encontrou com o presidente francês Emmanuel Macron.
“O 1º de agosto é para todos”, declarou Trump, confirmando a data de início das tarifas durante uma coletiva de imprensa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, reforçou a decisão, assegurando que “não haverá prorrogação nem mais períodos de carência”. O encontro entre Brasil e União Europeia, portanto, assume um papel crucial na busca por alternativas e no fortalecimento de parcerias estratégicas em um cenário econômico global cada vez mais incerto.
Fonte: http://www.metropoles.com