sábado, agosto 2, 2025

Vacinas contra Herpes-Zóster e VSR mostram potencial promissor na prevenção da demência, sugere estudo

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Um estudo recente, publicado na revista NPJ Vaccines, levanta a possibilidade de que vacinas utilizadas para combater o vírus varicela-zóster (VVZ), causador da catapora e herpes-zóster, e o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por infecções respiratórias, possam estar associadas a um risco reduzido de demência. A pesquisa reacende o debate sobre o potencial da imunização na proteção contra doenças neurodegenerativas.

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Oxford, sugere que o adjuvante químico “AS01”, usado para impulsionar a resposta imunológica nessas vacinas, pode ser um fator crucial nesse efeito protetor. Estudos anteriores já haviam demonstrado que o AS01 pode estar ligado à redução do acúmulo de placas amiloides, estruturas associadas ao Alzheimer, no cérebro de modelos animais. A neurologista Livia Almeida Dutra, coordenadora do Instituto do Cérebro do Einstein Hospital Israelita, destaca que o estudo “acrescenta dados científicos a uma discussão já existente sobre o papel do AS01 no tratamento do Alzheimer”.

Para investigar essa hipótese, a equipe de Oxford analisou dados de saúde de mais de 436 mil pacientes com 60 anos ou mais, comparando o risco de demência entre grupos vacinados contra varicela-zóster, VSR, ambos, e um grupo não vacinado. Os resultados revelaram uma diminuição significativa na probabilidade de diagnóstico de demência nos 18 meses seguintes à vacinação.

Os resultados mostraram que os vacinados contra o VSR apresentaram uma redução de 29% no risco de demência, enquanto aqueles imunizados contra o zóster tiveram uma diminuição de 18%. Surpreendentemente, o grupo que recebeu ambas as vacinas apresentou uma redução ainda maior, de 37%. “O estudo também descobriu que a redução da demência acontece independentemente da frequência de infecção, uma vez que o efeito protetor das duas vacinas já pôde ser observado três meses após a aplicação”, explica Livia Almeida Dutra.

É importante ressaltar que os autores da pesquisa enfatizam a necessidade de cautela na interpretação dos resultados, já que o estudo é observacional e não comprova uma relação de causa e efeito direta. Ensaios clínicos adicionais são necessários para confirmar os achados e investigar a fundo os mecanismos envolvidos e a duração do efeito protetor. Mesmo assim, a pesquisa reforça o potencial da vacinação como uma ferramenta importante para a saúde pública.

As vacinas contra herpes-zóster estão disponíveis na rede particular, recomendadas para adultos acima de 50 anos, enquanto o imunizante contra o VSR, com previsão de incorporação no SUS em 2025, será oferecido para gestantes. Há também opções de vacinação contra o VSR para idosos na rede privada, com recomendações específicas para diferentes faixas etárias e condições de saúde.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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