A vacinação é uma ferramenta essencial de prevenção contra doenças infecciosas, atuando desde o nascimento até a terceira idade. Para os idosos, em particular, a imunização ganha ainda mais relevância, devido ao declínio natural do sistema imunológico que ocorre com o envelhecimento. Esse processo, conhecido como imunossenescência, torna os mais velhos mais suscetíveis a infecções e suas complicações.
À medida que envelhecemos, o sistema imunológico perde sua capacidade de responder eficazmente a novas ameaças. Como resultado, as vacinas atuam como um reforço essencial, preparando o organismo para combater agentes infecciosos de forma mais eficiente. A atualização do calendário vacinal em idosos é uma medida fundamental para evitar quadros graves, hospitalizações e até mesmo óbitos.
O infectologista Rodrigo Lins, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ressalta que “o calendário de imunização do idoso é uma evolução natural da jornada vacinal ao longo da vida”. Assim como os adultos necessitam de vacinas específicas, os idosos também precisam de atualizações para garantir a proteção contínua.
Existem diversas vacinas recomendadas para idosos, cada uma com um papel importante na proteção contra diferentes doenças. Entre elas, destacam-se a vacina contra a Influenza (gripe), que deve ser administrada anualmente, e a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), indicada para maiores de 70 anos e pessoas com comorbidades. Além destas, as vacinas contra Covid-19, Hepatite B, dTpa (difteria, tétano e coqueluche), Pneumocócica, Herpes-zóster e Febre Amarela também são cruciais.
A desinformação e a falta de acompanhamento médico ainda são grandes obstáculos para a imunização completa dos idosos. André Bon, infectologista do laboratório Exame Medicina Diagnóstica, enfatiza que a atualização da caderneta de vacinação deve ser prioridade nas consultas de rotina. “Manter o esquema vacinal atualizado é um ato de cuidado e expressão de amor com essa população”, afirma o médico.
Após a vacinação, é comum que algumas pessoas apresentem efeitos colaterais leves, como dor ou inchaço no local da aplicação, febre baixa ou mal-estar. Esses sintomas costumam desaparecer em poucos dias e não devem ser motivo de grande preocupação. No entanto, é fundamental consultar um médico para avaliar possíveis contraindicações, especialmente para pessoas imunossuprimidas ou com alergias graves.
A médica geriatra Priscilla Mussi, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, reforça a importância da vacinação para um envelhecimento saudável. “As vacinas são fundamentais para um envelhecimento de qualidade e diminuição de intercorrências. Infelizmente, muitos idosos não estão com o esquema vacinal completo por desconhecimento”, conclui.
Fonte: http://www.metropoles.com
