Uma nova pesquisa detalha a composição nutricional de sete frutos típicos do Cerrado brasileiro: abacaxi-do-cerrado, angelim-rasteiro, araçá-do-campo, araticum, caraguatá, lobeira e pequi. O estudo, publicado no Brazilian Journal of Food Technology, é fruto de uma colaboração entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A investigação revela que a lobeira, o angelim-rasteiro e o abacaxi-do-cerrado se destacam pela alta disponibilidade de proteínas. Por outro lado, o araçá-do-campo, o araticum e o caraguatá são ricos em carboidratos, essenciais para a produção de energia. Os pesquisadores apontam que os níveis de proteína e carboidratos em alguns desses frutos são comparáveis aos encontrados em frutas comercialmente disponíveis.
A iniciativa de analisar essas espécies surgiu de um estudo anterior sobre a dieta do lobo-guará e do cachorro-do-mato, revelando o potencial desses alimentos para consumo humano.
Embora a pesquisa detalhe o teor de macronutrientes, estudos futuros são planejados para quantificar a presença de micronutrientes, como vitaminas e minerais, além de compostos fitoquímicos com potenciais benefícios à saúde.
Especialistas enfatizam a importância de diversificar a alimentação e incluir opções nutritivas no cardápio diário. O incentivo ao consumo de frutas, em particular, é visto como crucial em um contexto de informações imprecisas sobre seus benefícios. O conhecimento e valorização das espécies nativas também fomentam a preservação ambiental e práticas sustentáveis, de extrema importância para a conservação do Cerrado, um bioma sob crescente ameaça de desmatamento.