Uma abordagem de rotina da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-401, em Roraima, revelou um esquema audacioso de transporte ilegal de ouro. O nervosismo e as inconsistências nas declarações do motorista de uma picape Hilux, identificado como Bruno Mendes de Jesus, levantaram suspeitas e levaram à descoberta de um fundo falso no painel do veículo.
Dentro do compartimento secreto, os agentes encontraram 103,35 kg de ouro, divididos em 145 barras grandes e 60 pequenas, avaliadas em mais de R$ 61 milhões. A apreensão, considerada a maior da história da PRF no país, resultou na prisão em flagrante de Bruno, que viajava com sua esposa e filho de apenas nove meses.
Durante a abordagem inicial, Bruno alegou que viajava de Manaus para Boa Vista para fiscalizar uma obra, mas não conseguiu fornecer detalhes sobre o local, a empresa responsável ou sua função específica, o que aumentou as suspeitas dos policiais. A PRF optou por conduzir o veículo até sua base operacional devido à presença da criança e à falta de estrutura adequada para realizar uma busca minuciosa na rodovia.
Na sede da PRF, a equipe utilizou ferramentas especializadas para desmontar o painel e acessar o compartimento oculto, onde o ouro estava armazenado. Segundo o governo federal, o metal precioso vinha de Rondônia e possivelmente seria levado para a Venezuela ou Guiana.
Bruno foi preso por crimes ambientais e contra o sistema financeiro nacional. Seu advogado, Smiller Rodrigues de Carvalho, alega que seu cliente é um “trabalhador do setor mineral, primário, de bons antecedentes e único responsável pelo sustento da família”. A Polícia Federal de Roraima assumiu a investigação para determinar a origem, o destino e os proprietários do ouro apreendido.