A 100 dias da COP30, que será realizada em Belém, a CEO do evento, Ana Toni, expressou preocupação com o ritmo de entrega das novas metas climáticas pelos países, as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). A conferência, que marca os dez anos do Acordo de Paris, tem como expectativa receber uma nova rodada de compromissos climáticos. No entanto, segundo Toni, ainda há atraso por parte de algumas potências, em especial, dos Estados Unidos.
Em entrevista exclusiva à CNN, Ana Toni destacou que a ausência de engajamento dos Estados Unidos nas negociações tem prejudicado o avanço rumo a acordos mais ambiciosos. “Infelizmente os Estados Unidos não estão engajados”, afirmou. A executiva lembrou que, desde o início de sua gestão, o ex-presidente Donald Trump manifestou a intenção de retirar o país do Acordo de Paris.
A falta de participação dos Estados Unidos nas reuniões preparatórias, somada ao momento tenso na relação diplomática entre Brasil e Washington, criam um cenário desafiador. “Não tem nenhuma dúvida que isso atrapalha muito o ambiente de debate e negociação, é não ter presente um dos maiores emissores e um grande financiador”, pontuou Toni, referindo-se ao país norte-americano.
Além dos desafios geopolíticos, a CEO da COP30 ressaltou o esforço do Brasil em preparar a conferência, tanto nas negociações formais quanto na agenda de ação. A expectativa é que entre 80 e 100 NDCs sejam entregues até novembro, impulsionando a busca pelas metas estabelecidas no Acordo de Paris. O evento é visto como uma oportunidade para o Brasil se projetar como referência em soluções climáticas e bioeconomia.
A COP30, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, reunirá cerca de 40 mil pessoas de quase 200 países. Será a primeira vez que uma edição da conferência será realizada na Amazônia, conferindo ao evento um simbolismo ainda maior na luta contra as mudanças climáticas.
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