O Hezbollah enfrenta uma crise existencial que ameaça desmantelar sua estrutura militar, política e social. A organização, historicamente sustentada pelo Irã, vê seus recursos minguarem, impactando diretamente o financiamento de combatentes e benefícios sociais cruciais.
Fontes libanesas, como o Sawat Beirut, detalham a severa retração financeira, ecoada pelo *Israel Hayom*. A entidade Al-Qard Al-Hassan, antes responsável por arcar com as mensalidades escolares dos filhos de militantes mortos, suspendeu essa assistência, um golpe duro para a base de apoio do grupo.
Paralelamente, Israel intensifica a pressão, frustrando qualquer tentativa de reestruturação do Hezbollah. Recentemente, as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram ataques aéreos precisos contra a infraestrutura de fabricação e armazenamento de “armas estratégicas” do grupo no sul do Líbano e no Vale do Beqaa Oriental, visando instalações de produção de explosivos e locais subterrâneos de mísseis.
A crise se aprofundou após um ataque com foguete lançado pelo Hezbollah, que resultou na morte de 12 crianças em Majdal Shams, nos Altos do Golã, em julho de 2024. Em resposta, Israel eliminou Fu’ad Shukr, comandante de alto escalão do Hezbollah, em um ataque aéreo contra Dahiyeh.
A morte de Hassan Nasrallah, líder histórico do Hezbollah, em setembro de 2024, em um ataque aéreo israelense, catalisou o caos interno. Segundo Wafiq Safa, chefe da unidade de ligação da organização, o evento marcou “o fim do mundo para ele”, referindo-se ao colapso emocional de Nasrallah.
Sem a liderança carismática de Nasrallah e com o fluxo de recursos iranianos drasticamente reduzido, o Hezbollah enfrenta um futuro incerto. Naim Qassem, seu sucessor, é visto como fraco e incapaz de unificar o grupo em meio a crescentes pressões internas e externas.
A pressão diplomática também aumenta, com os Estados Unidos e países do Golfo condicionando a ajuda internacional ao Líbano ao desarmamento do Hezbollah. Qassem rejeita a exigência, mas sua fragilidade expõe a organização à crescente neutralização de suas ações por Israel, mesmo após a trégua formal.
Fonte: http://revistaoeste.com