Militares transgêneros que serviram por quase duas décadas nas Forças Armadas dos Estados Unidos enfrentam um revés significativo. Sob a política do governo Trump que proíbe o alistamento de pessoas trans, aqueles que já estavam próximos da aposentadoria estão sendo forçados a deixar o serviço sem os benefícios que esperavam.
Essa medida afeta militares que dedicaram entre 15 e 18 anos de suas vidas ao Exército. Impedidos de completar os 20 anos necessários para a aposentadoria integral, eles se veem diante de escolhas difíceis: aceitar uma indenização menor, como as oferecidas a militares juniores, ou simplesmente serem removidos do serviço.
A decisão de negar a aposentadoria antecipada foi justificada pelo governo como resultado de uma “análise cuidadosa dos pedidos individuais”, conforme um memorando assinado por Brian Scarlett, secretário adjunto da Força Aérea para Assuntos de Pessoal e Reserva. Essa justificativa, no entanto, não minimiza o impacto devastador sobre os afetados.
A organização de direitos civis Lambda Legal classificou a medida como uma “traição devastadora”. Em comunicado, a organização criticou a Força Aérea por “destruir o sonho de aposentadoria de militares transgêneros que dedicaram quase duas décadas de suas vidas à nossa nação”.
A proibição de militares transgêneros servirem nas Forças Armadas ganhou força após a Suprema Corte conceder permissão ao Pentágono para implementar a medida. A nova política intensifica ainda mais a controvérsia, gerando questionamentos sobre o tratamento dispensado a indivíduos que serviram com dedicação e agora são marginalizados devido à sua identidade de gênero.