A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados elevou a tensão política ao protocolar, nesta sexta-feira (8/8), um pedido de suspensão de mandato contra cinco parlamentares, incluindo Marcel van Hattem (Novo-RS). A medida drástica, que pode afastar os deputados por até seis meses, surge em resposta a incidentes ocorridos durante a retomada das sessões na Casa.

Sob a liderança do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), a Mesa Diretora tomou a decisão após congressistas da oposição se recusarem a desocupar a Mesa Diretora e a presidência durante a sessão de quarta-feira (6/8). Essa ação, segundo a Mesa, visava impedir o andamento dos trabalhos legislativos em meio a protestos organizados pela ala bolsonarista.

Além de Van Hattem, a representação atinge os deputados Julia Zanatta (PL-SC), Zé Trovão (PL-SC) e Marcos Pollon (PL-MS). Um caso à parte é o da deputada Camila Jara (PT-MS), cuja suspensão foi solicitada pelo PL sob a alegação de agressão ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

O futuro dos deputados agora está nas mãos do Conselho de Ética da Câmara. Se o colegiado aprovar a suspensão, os parlamentares ficarão impedidos de exercer o mandato, perdendo salário, gabinete e cota parlamentar durante o período determinado. A representação da Mesa Diretora equipara o caso ao dos deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG), que já foram suspensos por três meses por condutas similares.

Na justificativa da ação, a Mesa Diretora argumenta que a ocupação da presidência e a obstrução dos trabalhos representaram um “desrespeito à autoridade da presidência e uma tentativa de impedir o funcionamento regular da Câmara”, configurando falta de decoro parlamentar, conforme previsto no regimento interno. A crise na Câmara reflete a polarização política e a disputa por pautas prioritárias no Congresso.