O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), viu sua posição reforçada após a recente ocupação do plenário por manifestantes bolsonaristas. A avaliação de lideranças do Congresso é que a condução do episódio não só demonstrou firmeza, mas também solidificou sua relação com a base do governo Lula, que o apoiou na retomada do controle da Casa.
Um gesto chamou a atenção ao final da sessão que retomou as votações: Alcolumbre deixou o plenário abraçado ao líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e ao ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL). A cena, segundo interlocutores, simboliza o alinhamento estratégico e a avaliação conjunta dos desdobramentos da semana, que culminou com a aprovação da MP que amplia a isenção do Imposto de Renda.
Alcolumbre teria reiterado a interlocutores que não cedeu a pressões da oposição, especialmente em relação ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Não pautarei o impeachment de Moraes nem se todos os integrantes da Casa assinarem o requerimento”, teria afirmado o presidente do Senado, segundo fontes.
A firmeza de Alcolumbre contrastou com a situação na Câmara, onde o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) enfrentou dificuldades para retomar o controle do plenário. A resposta do Senado demonstra um claro contraste na forma de lidar com as tensões políticas e os desafios impostos pela oposição.
Após a resolução do impasse, Alcolumbre recebeu elogios de senadores que já presidiram a Casa, incluindo Renan Calheiros. O episódio reforça sua liderança no Senado e consolida sua aproximação com o governo Lula, em um momento crucial para a aprovação de pautas importantes para o país.