A proibição da venda de açaí nos restaurantes e quiosques oficiais da COP30, que será realizada em Belém, causou forte reação. O Ministro do Turismo, Celso Sabino (União), classificou a medida como um “erro” e prometeu a republicação do edital. A decisão inicial, parte do edital da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), gerou críticas acentuadas nas redes sociais, dada a importância do açaí na cultura gastronômica paraense.
Sabino informou que já está em contato com os organizadores da COP30 e com o secretário Walter, responsável pela organização do evento. A expectativa é que a nova versão do edital seja divulgada na próxima semana, corrigindo a exclusão dos produtos paraenses. “Nós entramos em contato já diante desse edital publicado, com os organizadores e o secretário Walter, e já conseguimos a palavra de ambos de que essa correção será feita”, afirmou o ministro.
A justificativa inicial para a proibição, presente no documento da OEI, é o risco de contaminação do açaí pelo *Trypanosoma cruzi*, protozoário causador da doença de Chagas, caso o fruto não seja pasteurizado. Além do açaí, outros ingredientes tradicionais como tucupi e maniçoba também foram vetados, levantando questionamentos sobre a valorização da culinária local no evento.
O edital original estabelecia que até 30% dos ingredientes utilizados nos cardápios deveriam ser locais ou sazonais, priorizando produtos orgânicos e sustentáveis. No entanto, a exclusão de alimentos emblemáticos da região amazônica gerou controvérsia. A republicação do edital busca, portanto, equilibrar as exigências sanitárias com a promoção da cultura gastronômica do Pará durante a COP30.