A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida como “PEC da Blindagem” foi adiada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (27/08), em meio a um cenário de impasse entre as lideranças partidárias. A proposta, que visa condicionar a abertura de investigações contra parlamentares à aprovação do Congresso Nacional, gerou debates acalorados e divergências que impediram um acordo para sua apreciação imediata.
Segundo o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), a ausência de consenso foi o principal fator para o adiamento. “Não houve acordo entre os líderes partidários em relação ao texto da PEC”, afirmou Farias, sinalizando que as negociações deverão ser retomadas na próxima semana. A expectativa é que novas rodadas de diálogo busquem superar as resistências e construir um caminho para a votação.
Uma reunião de emergência, convocada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em sua residência oficial, buscou destrava a votação, mas não conseguiu superar os pontos de discórdia. O encontro, que se estendeu por quase três horas, das 19h30 às 22h20, não resultou em um consenso que permitisse a apresentação da matéria ao plenário.
A oposição se manifestou favorável à proposta, em um contexto que antecede o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). O momento político delicado adiciona ainda mais complexidade à discussão, com diferentes interpretações sobre os impactos da PEC no equilíbrio de poderes e na condução de investigações envolvendo figuras públicas.