Em uma rara coletiva de imprensa realizada em Caracas nesta segunda-feira, o líder venezuelano Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela enfrenta a “maior ameaça vista na América do Sul em um século”, referindo-se ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Maduro, no entanto, assegurou que o país não se curvará às pressões externas.
“A Venezuela está enfrentando a maior ameaça que já foi vista em nosso continente nos últimos 100 anos”, declarou Maduro a jornalistas, autoridades e membros das forças armadas. Ele enfatizou a gravidade da situação, afirmando: “Nunca se viu uma situação como essa.”
Apesar das tensões crescentes, Maduro reiterou que a Venezuela é um país pacífico, mas que não cederá a intimidações. Suas declarações ocorrem em meio a uma crescente mobilização militar dos EUA na região, oficialmente justificada como uma ação para combater o narcotráfico.
O governo venezuelano, contudo, contesta a versão americana, alegando que a presença militar dos EUA é uma ameaça à soberania nacional e um pretexto para uma possível intervenção. Maduro e seus aliados, como o ministro do Interior Diosdado Cabello, denunciam a ação como um esforço para desestabilizar o país.
A escalada da tensão ocorre em um contexto de acusações de Washington contra Maduro por suposto envolvimento com o narcotráfico. Em agosto, os EUA dobraram a recompensa por informações que levem à sua prisão, elevando o valor para US$ 50 milhões.