Faria Lima e Fintechs: Alvo do Crime Organizado, Afirma Presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central declarou que a Faria Lima e as fintechs são vítimas do crime organizado. A afirmação surge após a recente desarticulação de um esquema criminoso no setor de combustíveis, que envolvia tanto organizações criminosas quanto operadores do principal centro financeiro do país.

O presidente do BC enfatizou que tanto os bancos tradicionais quanto as novas empresas do mercado financeiro têm desempenhado um papel crucial na inclusão financeira. Para combater a crescente atuação do crime organizado no sistema financeiro, o Banco Central anunciou um conjunto de medidas destinadas a fortalecer a segurança do Sistema Financeiro Nacional.

As medidas anunciadas visam especificamente o crime organizado e contam com o apoio unânime de associações, federações e outros representantes do setor financeiro. Segundo o presidente do BC, o sistema financeiro está unido no combate às investidas do crime organizado. Ele assegurou que as estruturas do Banco Central não foram comprometidas ou atacadas.

Em agosto, uma grande operação foi deflagrada contra um esquema criminoso no setor de combustíveis, com núcleos controlados por organizações criminosas e operadores da Faria Lima. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas em oito estados. A investigação revelou que o grupo criminoso teria criado uma complexa estrutura empresarial, infiltrada na cadeia produtiva de combustíveis e no mercado financeiro por meio de fintechs e fundos de investimento com um patrimônio de R$ 30 bilhões, com o objetivo de lavar dinheiro. Dados da Receita Federal indicam que uma rede de postos de combustíveis movimentou mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, mas pagou apenas R$ 90 milhões em impostos.

A Receita Federal publicou uma instrução normativa que equipara as fintechs às instituições financeiras tradicionais, sujeitando-as às mesmas normas e obrigações acessórias. O secretário da Receita Federal informou que a norma será aplicada retroativamente, buscando dados não informados desde o início do ano. O objetivo, segundo ele, é eliminar brechas e paraísos fiscais que surgiram da combinação de instituições de pagamento e fundos de investimento.

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