SP Open: Retorno do Tênis Feminino à Capital Paulista Busca Legado Duradouro

Após um hiato de 25 anos, São Paulo volta a vibrar com o tênis feminino de elite com o SP Open, torneio WTA 250 que tem início neste sábado no Parque Villa-Lobos. Liderado pela número 1 do Brasil, Beatriz Haddad Maia, o evento surge com a ambição de se firmar no calendário, aprendendo com o passado para evitar o destino de outras iniciativas que não prosperaram no país.

A capital paulista já testemunhou torneios de alto nível, mas a falta de continuidade marcou suas edições, com intervalos irregulares entre os anos. A década de 70 viu a lenda Billie Jean King pisar nas quadras paulistanas, um marco que o SP Open busca resgatar e superar, consolidando-se como um evento fixo e relevante.

No período sem tênis feminino em São Paulo, outras cidades tentaram emplacar eventos, com destaque para o Brasil Open, que teve chave feminina por dois anos na Costa do Sauipe. A americana Monica Seles, multicampeã de Grand Slam, foi a última a levantar o troféu, um feito que o SP Open almeja inspirar.

O Rio Open e o Brasil Tennis Cup em Florianópolis também surgiram como apostas, mas enfrentaram obstáculos distintos. O Rio optou por focar no masculino devido a limitações estruturais, enquanto Florianópolis sucumbiu à falta de patrocínio e à alta do dólar, demonstrando a complexidade de manter um evento desse porte no Brasil.

“A Federação Catarinense de Tênis decidiu revender a data porque houve a disparada do dólar na época”, explicou Rafael Westrupp, ex-diretor do torneio de Florianópolis, ao Estadão. A experiência catarinense, apesar do fim, deixou um legado importante, revelando talentos como Carolina Meligeni e Laura Pigossi, que também estarão presentes no SP Open.

Westrupp destaca a importância dos torneios internacionais no Brasil para o desenvolvimento das atletas, criando uma “mentalidade de pertencimento”. O SP Open busca seguir os passos do Rio Open, com a mesma empresa organizadora, a IMM, compartilhando expertise e processos para garantir o sucesso do evento paulistano.

Luiz Carvalho, diretor de ambas as competições, ressalta a similaridade dos processos, fruto do know-how adquirido no Rio Open, que já soma 11 edições. A conexão com patrocinadores de longo prazo, como a Claro, é vista como fundamental para a longevidade do SP Open.

A aposta em tenistas da casa é outra estratégia chave, com a concentração de convites em atletas nacionais, incluindo Bia Haddad, Laura Pigossi e jovens promessas como Victoria Barros e Nauhany Silva. O objetivo é criar uma identificação com o público e impulsionar o tênis feminino no país.

Olhando para o futuro, as jovens Victoria e Nauhany, ambas com 15 anos, são vistas como as sucessoras de Bia Haddad. “Acreditamos que elas vão se desenvolver, vão concretizar todo esse sonho que temos sobre elas”, projeta Lui, depositando esperanças no talento das jovens tenistas e no futuro do tênis feminino brasileiro.

PUBLICIDADE

Relacionadas: