Um estudo inédito revela o impacto transformador da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na vida de estudantes que retornam à escola. A pesquisa aponta que a EJA não apenas eleva a renda, mas também impulsiona a formalização e a qualidade da ocupação no mercado de trabalho. Os resultados destacam o potencial da modalidade como ferramenta de inclusão e desenvolvimento socioeconômico.
O levantamento, divulgado durante o Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos, foi encomendado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Unesco. O objetivo é preencher uma lacuna na pesquisa sobre o tema e fornecer dados para ampliar o investimento e o acesso à EJA. A modalidade oferece a oportunidade para aqueles que não concluíram os estudos na idade esperada de obterem a certificação do Ensino Fundamental e Médio de forma mais rápida.
No Brasil, apesar do aumento significativo no acesso à educação formal nas últimas décadas, as altas taxas de reprovação e evasão escolar persistem. Isso significa que muitos estudantes não terminam os estudos na idade adequada ou abandonam a escola antes da conclusão. A EJA surge como uma alternativa crucial para resgatar esses indivíduos e reintegrá-los ao sistema educacional.
A pesquisa demonstra que a EJA proporciona um incremento na renda dos estudantes em todas as etapas, desde a alfabetização até a conclusão do Ensino Médio. Para aqueles que concluem as classes de alfabetização, por exemplo, a renda média aumenta em 16,3% para o grupo entre 18 e 60 anos. Esse impacto é ainda mais expressivo na faixa etária entre 46 e 60 anos, ultrapassando os 23%.
“Os ganhos ao longo da vida parecem ser suficientes para justificar os custos de curto prazo do retorno aos estudos, especialmente para os grupos de idade mais jovens”, afirma Fabiana de Felicio, autora do estudo. A especialista ainda ressalta que o investimento na EJA gera impactos positivos no desenvolvimento social e econômico das comunidades, além de beneficiar os indivíduos.
O Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos, lançado pelo MEC, prevê a criação de 3,3 milhões de novas matrículas na EJA. Com um investimento de R$ 4 bilhões em quatro anos, a iniciativa visa combater o analfabetismo e promover a qualificação profissional, impulsionando o desenvolvimento do país.