Animais domésticos crescem enquanto selvagens encolhem

Estudo revela a influência humana na evolução de espécies

Animais domésticos crescem enquanto selvagens encolhem
Foto: Rajdeep Gosh / Getty Images

Estudo revela que animais domésticos aumentaram de porte, enquanto os selvagens encolheram nos últimos mil anos.

Um estudo liderado pelo arqueólogo francês Cyprien Moreau, da Universidade de Montpellier, revela que, nos últimos mil anos, animais domésticos e selvagens tomaram rumos evolutivos completamente distintos, e o fator comum é a ação humana. A pesquisa foi publicada na revista científica PNAS em 2 de setembro.

Os cientistas analisaram mais de 80 mil medidas biométricas obtidas em 311 sítios arqueológicos na França mediterrânea. O resultado foi claro: enquanto galinhas, bovinos, ovelhas e outros domesticados aumentaram de porte, raposas, cervos, lebres e outros animais selvagens ficaram menores.

Evolução sincronizada até o período medieval

Ao longo dos 8 mil anos estudados, os pesquisadores observaram que, até o período medieval, animais selvagens e domésticos evoluíram de forma sincronizada, influenciados por mudanças ambientais e humanas em conjunto. Esta sincronia foi alterada com a expansão da agricultura e urbanização, o que intensificou a influência humana.

Adaptação dos animais selvagens

A fragmentação dos habitats naturais e a pressão da caça obrigaram os animais selvagens a se adaptarem com tamanhos menores, por uma questão de sobrevivência. Essa mudança é um reflexo das dificuldades que esses animais enfrentaram para se manterem nas novas condições impostas pelo ser humano.

Criação de animais mais robustos

Em contrapartida, os seres humanos passaram a criar e favorecer a criação de animais mais robustos para aumentar a produtividade, resultando em mais lã das ovelhas, mais carne de gado e mais ovos das galinhas. Isso mostra um claro esforço para maximizar os recursos disponíveis através da domesticidade.

Impactos das atividades humanas

De acordo com o estudo, esses padrões destacam “o impacto crescente das atividades humanas nos últimos mil anos”, um cenário que não apenas reconfigurou a natureza, mas também evidencia consequências evolutivas profundas e duradouras. Compreender essas mudanças é essencial para avaliar o futuro da biodiversidade e a relação entre humanos e animais.

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