Peter Mandelson, embaixador britânico em Washington, foi afastado de seu cargo nesta quinta-feira, em meio a crescente pressão sobre o Primeiro-Ministro Keir Starmer. A demissão ocorreu após aprofundarem-se as revelações sobre a relação de Mandelson com o falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein, tornando-se um foco de controvérsia para o governo. O caso reacende o debate sobre a responsabilidade de figuras públicas em suas associações.
Mandelson, apelidado de “Príncipe das Trevas” por sua influência nos bastidores durante o governo trabalhista anterior, viu sua posição tornar-se insustentável com a divulgação de correspondências comprometedoras. Cartas e e-mails trocados com Epstein vieram à tona, expondo a extensão de sua proximidade com o financista condenado. A pressão aumentou consideravelmente nos últimos dias.
A situação se agravou após a publicação de um “livro de aniversário” de Epstein, que continha uma mensagem atribuída a Mandelson referindo-se a ele como “meu melhor amigo”. Outros documentos revelados pela mídia mostram que Mandelson chegou a aconselhar Epstein a contestar sua primeira condenação por crimes sexuais. O caso gerou indignação pública e questionamentos sobre o julgamento do embaixador.
“Diante das informações adicionais contidas nos e-mails escritos por Peter Mandelson, o primeiro-ministro solicitou ao Secretário de Relações Exteriores que o retirasse do cargo de embaixador”, declarou o Ministério das Relações Exteriores britânico. A pasta acrescentou que os e-mails demonstram uma relação “substancialmente diferente” daquela conhecida na época da nomeação de Mandelson. A revelação de que Mandelson considerava a primeira condenação de Epstein injusta foi apontada como um ponto crucial.
Na quarta-feira, Mandelson expressou arrependimento por ter conhecido Epstein e admitiu ter mantido a associação “por muito mais tempo do que deveria”. Embora a declaração tenha inicialmente aparentado acalmar a situação, o governo britânico decidiu que a permanência de Mandelson no cargo não era mais viável. O caso lança uma sombra sobre o legado do veterano político trabalhista e levanta questões sobre os critérios de nomeação para cargos de alta representação.