O ativista de direita Charlie Kirk, figura influente no movimento conservador americano e aliado de Donald Trump, foi morto a tiros na última quarta-feira (10/9) em um evento na Universidade Utah Valley. Meses antes, em março, Kirk havia defendido publicamente a aplicação de sanções econômicas dos Estados Unidos ao Brasil, alegando uma suposta “tentativa de golpe judicial” por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração polêmica foi feita em seu programa, “The Charlie Kirk Show”, onde ele expressou forte desaprovação à condução política e judicial no Brasil.
Em sua crítica, Kirk direcionou apelos ao governo americano, incluindo o Departamento de Estado, o senador Marco Rubio e o próprio Donald Trump. “O Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio e o presidente Trump deveriam impor tarifas e, se necessário, sanções ao Brasil por esse tipo de comportamento imprudente e imoral”, declarou Kirk na época. Ele questionava abertamente a postura dos EUA em relação ao Brasil, defendendo uma intervenção mais assertiva.
A argumentação de Kirk também envolvia acusações de favorecimento político e manipulação eleitoral. Segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria obtido vitórias em todas as regiões do país, “exceto nos cantos mais pobres, mais criminais e mais corruptos do país, o Nordeste, onde o candidato de esquerda Lula da Silva venceu”. A fala demonstrava uma visão polarizada da política brasileira, alinhada com narrativas de extrema-direita.
A morte de Kirk, aos 31 anos, gerou grande repercussão nos Estados Unidos, onde ele era uma voz influente no conservadorismo. Fundador da Turning Point USA, organização que mobiliza estudantes e promove palestrantes conservadores em universidades, ele participava de uma turnê com diversos eventos programados em campi universitários quando foi assassinado. Testemunhas relataram que o atirador disparou de um prédio a cerca de 180 metros de distância.
Enquanto isso, no Brasil, o STF se prepara para decidir o futuro de Jair Bolsonaro e outros réus acusados de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do STF deve definir nesta quinta-feira (11/9) se condena ou absolve o ex-presidente. O julgamento, com placar parcial de 2 a 1 pela condenação, reacende o debate sobre a polarização política e a interferência externa nos assuntos internos do país.
