Superando a Dor: Mulher Diagnosticada com o Mesmo Melanoma que Vitimou o Marido Transforma Luto em Alerta

Em 2018, a vida da professora Nélida Campos, 44 anos, tomou um rumo doloroso quando seu marido, André Campos, foi diagnosticado com melanoma acral em estágio 4, um tipo agressivo de câncer de pele que se manifesta em áreas menos expostas ao sol. A notícia chegou em um momento delicado, enquanto Nélida estava grávida do filho mais novo do casal.

O prognóstico médico foi implacável: André teria apenas cinco anos de vida. A previsão se concretizou em 12 de fevereiro de 2023, quando ele faleceu aos 48 anos. A experiência transformadora motivou Nélida a escrever o livro “Dançando na Chuva”, onde ela compartilha a jornada do casal contra a doença e os impactos da perda.

“Foi um furacão em nossas vidas”, relembra Nélida. “O médico disse que ele só tinha cinco anos de vida e guardamos essa informação para nós. Só eu e ele sabíamos”, conta, revelando a intimidade e o peso do segredo compartilhado.

O melanoma de André começou com um sinal discreto no pé, que evoluiu para um caroço. A experiência dolorosa de Nélida com a doença do marido a alertou sobre a importância dos cuidados médicos, levando-a a intensificar suas consultas de rotina. Em um desses exames, ela recebeu o diagnóstico de melanoma em estágio inicial.

“Por causa do André, intensifiquei as minhas prevenções. Já fiz duas retiradas de sinais malignos. Ser diagnosticada com melanoma foi um gatilho para mim. Chorei muito, pensei: ‘Vou morrer da mesma doença que matou meu marido?'”, desabafa Nélida, expondo o medo e a vulnerabilidade diante da própria saúde.

Atualmente, Nélida realiza exames periódicos, incluindo o mapeamento digital de sinais (PhotoFinder), a cada seis meses. Ela é acompanhada pelo mesmo oncologista que tratou André. O dermatologista Eduardo Oliveira, especialista em oncologia cutânea, explica que o melanoma acral, como o que acometeu André, é raro e de difícil diagnóstico.

O especialista ressalta a importância do diagnóstico precoce. “Enquanto o melanoma em estágio inicial tem ótimo prognóstico, no estágio 4 ele é extremamente letal. É um câncer que pode ser totalmente curável se detectado cedo”, afirma Oliveira.

A prevenção é fundamental. O uso de protetor solar, roupas e óculos com proteção UV, além de evitar a exposição direta ao sol entre 9h e 16h, são medidas essenciais. A história de Nélida é um exemplo da força que nasce do luto, transformando a dor em conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce.

“Eu guardo a memória do André com amor e sigo cuidando da minha saúde para estar aqui pelos nossos filhos”, finaliza Nélida, transmitindo uma mensagem de esperança e resiliência. Ao compartilhar sua história, ela busca alertar e inspirar outras pessoas a cuidarem de sua saúde e a valorizarem cada momento da vida.

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