O mercado do boi gordo apresentou recuo nos preços durante a segunda semana de setembro. Frigoríficos de grande porte operam com escalas de abate consideradas confortáveis, impulsionadas por contratos a termo e pela utilização de confinamentos próprios. O consumo de carne bovina no mercado interno também não apresentou o desempenho esperado na primeira quinzena do mês.
A exportação continua como um ponto de sustentação para o mercado, mantendo um ritmo acelerado e projetando um possível recorde de embarques e de receita.
Especialistas do setor preveem um mercado com preços firmes até o final do ano, embora com fundamentos que limitam altas expressivas. Para o restante de setembro, a expectativa é de um cenário com viés de baixa, com a indústria buscando pressionar os preços. As exportações de carne bovina mostram um crescimento significativo neste mês, com um aumento de 31% na primeira semana em comparação com o mesmo período de 2024. No entanto, a valorização do real frente ao dólar pode impactar negativamente as margens da indústria exportadora, reduzindo o potencial de valorização da arroba.
A oferta de animais não está em níveis considerados altos, mas as escalas de abate têm avançado devido ao bom desempenho do confinamento. Observa-se que, diante de sinais de redução nas escalas, a indústria eleva as ofertas, atingindo valores próximos a R$ 320, completa suas compras e se retira do mercado, exercendo pressão de baixa para testar os preços.
No mercado interno, a expectativa é de um consumo moderado até o final do ano. A ausência de um componente eleitoral, que usualmente injeta capital extra no mercado, limita o potencial de demanda. As comemorações de final de ano e os empregos temporários devem impulsionar a circulação de renda, mas a competitividade acirrada com outras proteínas, como o frango, pode restringir o viés de alta.
Levantamento recente aponta as seguintes variações nos preços do boi gordo entre o dia 5 e o dia 12 de setembro: São Paulo (-0,9%), Goiás (-2,7%), Minas Gerais (-1,7%), Mato Grosso do Sul (+0,3%) e Mato Grosso (-2,5%).
Até o momento, as exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada renderam US$ 435,206 milhões em setembro (5 dias úteis). O volume total exportado alcançou 78,338 mil toneladas. Em comparação com setembro de 2024, houve um aumento de 60,9% no valor médio diário da exportação, um crescimento de 30,8% na quantidade média diária exportada e um avanço de 23,1% no preço médio.