Em meio a um aumento das tensões com os Estados Unidos no Caribe, a Venezuela assegura que não busca um confronto militar. A declaração foi feita pelo Ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, em entrevista exclusiva à CNN, buscando dissipar receios de uma possível escalada na região.
As tensões se intensificaram após um ataque da Marinha dos EUA a uma embarcação suspeita de transportar drogas, um incidente que elevou as suspeitas em Caracas sobre as intenções de Washington. “Não estamos apostando em conflito, nem queremos conflito”, afirmou Gil, enfatizando a postura pacífica do governo venezuelano.
A relação entre EUA e Venezuela tem sido historicamente complexa, atingindo novos patamares de tensão durante o governo Trump. A duplicação da recompensa pela prisão de Maduro e a movimentação de navios militares dos EUA no Caribe são exemplos recentes que contribuem para o clima de desconfiança.
Diante desse cenário, Maduro mobilizou cerca de 4,5 milhões de milicianos para defender o país, em resposta ao que classifica como “imperialismo” dos EUA. Apesar de descartar uma escalada militar, o ministro Gil ressaltou que a Venezuela está preparada para responder a qualquer ameaça.
“Estamos negando a possibilidade de conflito porque estamos preparados para deter qualquer mobilização e temos uma clara determinação de defender nossa pátria”, declarou Yván Gil, reafirmando o compromisso do país com a sua soberania e a busca por soluções pacíficas para as tensões.
Questionado sobre o ataque dos EUA ao barco, Gil expressou ceticismo em relação à versão apresentada por Washington. “Eles mostraram um vídeo sem esclarecer muitas coisas. Não está claro onde foi, quem estava a bordo, ou se realmente aconteceu ou não. A única coisa que vimos foi um vídeo, nada mais”, afirmou o ministro.
Gil também comentou sobre a recente declaração da CELAC, que expressou “profunda preocupação” com a mobilização militar na região, e sobre a alegação de Washington de que Maduro é o líder do Cartel Tren de Aragua. Ele refutou categoricamente essas acusações, atribuindo-as a grupos políticos nos EUA que buscam desestabilizar o governo venezuelano.
Por fim, o Ministro das Relações Exteriores venezuelano reiterou a importância do diálogo para resolver as tensões bilaterais. Ele também ecoou as declarações de Maduro sobre a existência de canais de comunicação “danificados”, mas ainda abertos, com os Estados Unidos, sinalizando uma esperança de desescalada e resolução pacífica do conflito.