O que revela a terra preta sobre ocupação indígena

Solo fértil traz indícios de antigos sítios arqueológicos

O que revela a terra preta sobre ocupação indígena
Foto: Metrópoles — Foto: colorida de mão humana coberta de terra preta – Metrópoles

A terra preta, solo fértil da Amazônia, indica a presença de antigos sítios arqueológicos e práticas agrícolas sustentáveis.

A terra preta, solo fértil da Amazônia, é um dos grandes mistérios da arqueologia. Conhecida também como biochar, esse solo escuro aparece em áreas de antiga ocupação indígena e carrega indícios da presença humana, como fragmentos de cerâmica e carvão. A existência desse solo não apenas transforma a compreensão da história da região, mas também abre caminhos para práticas agrícolas mais sustentáveis.

Importância da terra preta na arqueologia

Segundo a arqueóloga Kelly Brandão, a presença de terra preta indica que o local é um sítio arqueológico, fruto de séculos de atividades humanas. Essa terra é formada pela deposição de resíduos orgânicos e uso controlado do fogo. A quantidade de terra preta em uma área é indicativa do padrão de povoamento: grandes depósitos sugerem ocupações longas e intensas, enquanto manchas menores indicam presença mais efêmera.

Propriedades do solo e suas implicações

Geograficamente, a terra preta se destaca por ser o solo mais fértil da Amazônia, enriquecido por matéria orgânica e carvão vegetal. O professor Yan Santana explica que esse solo funciona como uma esponja que retém nutrientes e água, além de abrigar bactérias fixadoras de nitrogênio, tornando os ciclos de nutrientes mais eficientes. A professora Elisa Rochedo ressalta que as lições deixadas por esse legado indígena são valiosas para a agricultura moderna.

Riscos da exploração descontrolada

Entretanto, a exploração descontrolada da terra preta representa um risco significativo, pois degrada o meio ambiente e destrói vestígios culturais únicos. A terra preta é um arquivo histórico e um patrimônio arqueológico que deve ser preservado. O uso responsável desse recurso deve priorizar a replicação de suas propriedades em outros solos, em vez de sua retirada.
Esse solo negro é mais do que um recurso natural; ele é uma testemunha da engenhosidade indígena e uma ferramenta essencial para compreender o passado e moldar o futuro.

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